Arranhando a Superfície

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A máquina de coletar, selecionar  e  empacotar fatos e dados em produtos massificados prontos para consumo e que levam à alienação. Seguindo um dos principais pilares conceituais de comunicação social  da Escola de Frankfurt, a banda canadense de rock progressivo Saga construiu a sua Máquina do Medo (a mídia todo-poderosa que subjuga e "escraviza" a sociedade com seus produtos estandardizados, segundo os frankfurtianos) denominada "Scratching the Surface" - uma balada distópica em que o instrumental oferece uma rica e densa textura sonora, destacando-se  o  engenhoso uso de teclados "high tech" enérgicos, acompanhados por baixo marcante e bateria eletrônica. Na parte do solo da música,  o destaque vai para o tema guitarrístico distorcido e melódico de Ian Crichton. Esta música (do início dos anos 1980) reflete um período de transição dentro do cenário do rock progressivo mundial, em  que  a procura  por formas de renovação,  forçou bandas a  se  reinventarem e  a  se  modernizarem, flertando assim  com novos gêneros musicais, como: Pop Rock, New Wave, Hard Rock,  Rock Arena, AOR etc.. Scratching the Surface é uma elaborada, sofisticada e dramática balada, que soube com maestria incorporar ao som progressivo vários outros estilos musicais (como os citados acima). Ela é a penúltima faixa do álbum Heads or Tales (1983), que é considerado um dos melhores trabalhos da banda. 






     

Já a letra desta música (crítica e existencialista), mostra como um meio de comunicação pode contribuir para desbotar e arruinar um relacionamento. De um lado, uma pessoa completamente "domesticada", viciada e dominada pela programação "espetacularizada" da tv. De outro, o seu contraponto chamando-a para o mundo real,  ao mencionar  que a relação entre ambos está superficial, sem encanto e  rendida pela programação televisionada [que entrega um roteiro de funcionamento manipulado (para sempre agradar aos telespectadores e assim, salvaguardar o domínio dos grandes grupos), alienado (em que na aparência, tudo parece estar cotidianamente dentro da devida ordem) e  unidimensional (os assuntos não são aprofundados, cotejados e contextualizados)]. Programação que oferece uma experiência em forma de viagem estacionada preenchida por longas horas sedentárias e  de pouca reflexão, uma  interação inexistente (com o outro lado da tela) e um final (recomeço) de ciclo vicioso que não possui nada de relevante que possa se contar da jornada consumada.










//Stratching the Surface (Versão Estúdio)// http://www.youtube.com/watch?v=duZ0b9AHlko
/Autoria/ Jim Gilmour (Vocal e Teclados): Música e Letra e Jim Crichton (Baixo e Teclados): Música.
/Desenho da Capa e Contracapa do Disco/ Stephen Durke.
















COORDENADAS
//Imagem de Abertura do Post// Foto: Cisnes Gritadores - Autoria: Jules Cox.

//Imagem do salto do Tigre// Site: Word of Stock.

//Dados e Imagens do disco Heads or Tales// Site: Discogs.

//Letra de Scratching the Surface//

So you won't tell me, where you've been up to now
I don't know, they've seen you come and go (oh)
You're well on your way but never leaving the chair
Playing scenes on T.V. screens
Watching widely to glimpse the full view
While the hours have their hands all over you
You say that you see me, well I see you too
I look behind, what do you find, all but an empty room
Scratching the surface and you can't get away
You've travelled far and so far you have nothing to say
[Chorus]
Scratching the surface
You better come up for air
A new experience to get you there
Scratching the surface
You better come up for air
Strapped to the media, a machine to fear
You're onto something then it slips right away
It's in your hand, follow through right in front of you
You say that you hear me, well I hear you too
My secret is no secret, outside of the tube
So you won't tell me, what you've done up to now
You're watching me, I'm watching you decide (oh)
Scratching the surface, you can't get away
You tried so hard, and so far you have nothing to say
[Repeat Chorus]