O Retrato de Dorian Gray

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Há uma frase que se tornou célebre do  filme "A Primeira Noite de um Homem" e  espelha o massivo desenvolvimento industrial e econômico da década de 1960: "Plásticos são o futuro" - aconselha o pai para o recém-formado protagonista. Naquela década,  a  indústria passou a  desenvolver e a  se utilizar de  componentes sintéticos (na maioria dos casos, derivados do petróleo) e outros químicos na produção de uma vasta cadeia de produtos voltados para o consumo: shampoos, pneus, canetas, sabonetes,  carros e uma miríade de outros.  Nas décadas seguintes, a utilização destes   componentes artificiais   se intensificou, contribuindo para a formação de conglomerados empresariais milionários e multinacionais (graças ao fato de que os produtos  a  base elementos sintéticos  e químicos eram mais baratos que os naturais e  sua tecnologia de produção já estava dominada). O problema foi o uso  contínuo e expandido (que perdura até os dias de hoje) destes componentes  artificiais em áreas ligadas mais diretamente ao bem-estar do consumidor: higiene, saúde e beleza. 






Inúmeros produtos atuais ainda mantém em sua formulação elementos químicos que são altamente danosos à saúde humana, pois são, em sua maioria, alergênicos, tóxicos e carcinógenos. O surpreendente é que a maioria da indústria ainda não os retirou das fórmulas de seus produtos. Na área de cosméticos,  higiene  e saúde, há vários elementos encontrados na fórmula de produtos, que  são comprovados cientificamente como maléficos aos seres humanos, pois em testes  com animais,  verificou-se a toxicidade de suas propriedades,  que,  em inúmeros casos, guardam uma característica igual de atuação prejudicial:  afetam o desenvolvimento do cérebro, causam inflamações, tumores, queda de cabelo,  lesões na pele e no sistema reprodutivo, além de outros inúmeros malefícios.
Estes elementos aparecem
em incontáveis  xampus (até os voltados para bebês não escapam), pastas dentais, esmaltes, batons, cremes rejuvenescedores, bronzeadores, protetores solares, remédios etc.  Com toda esta  formulação prejudicial,  produtos  são propagandeados como naturais, promotores de saúde,  livres de componentes insalubres, alcançando assim preços altos  no mercado. Como exemplo, em um  creme de uma marca conhecida contra rugas e supostamente anti-envelhecimento facial, foram encontrados elementos danosos à pele e outros componentes cancerígenos. A mais torpe enganação em forma de um marketing milionário bem  produzido,  convincente e emocionalmente apelativo (que, imperativamente, vende saúde, beleza e bem-estar). Na verdade, a maioria não passa de uma ação ludibriosa e perversa contra os consumidores, vinda de uma "mente" patológica e viciada em altos lucros.






Seguindo, por décadas,  o mote (cravado na Era do Plástico - a década de 1960), que é a definição de sua   filosofia existencial : "Melhor viver através da química", os conglomerados de cosméticos, higiene e   saúde   se  "esqueceram" de se preocupar com os impactos da fórmula de seus produtos na saúde humana. Tanto que não substituíram os elementos artificiais  prejudiciais  de  suas fórmulas por  componentes naturais e  orgânicos. Continuaram usando  os mesmos  elementos  químicos e tóxicos de décadas anteriores (como afirma em seu vídeo a ativista americana Annie Leonard). Com a velha e mentirosa ladainha de que pequenas porções químico-sintéticas,  provenientes dos vários elementos tóxicos da fórmula de seus produtos, não trazem riscos para a saúde humana, a indústria "do bem-estar" segue a fórmula anti-ética da intricada equação: custo mínimo (elementos  sintéticos e químicos são bem mais baratos do que os naturais), altos preços, lucros e vendas (geralmente são produtos caros de marcas famosas  que alardeiam "milagres"), desinformação e estado letárgico do consumidor persuadido (o incauto enganado) e lobby industrial (forte poder de  manobra e  persuasão  frente a  instâncias governamentais que são responsáveis por políticas públicas, como por exemplo, a aprovação e regulamentação de produtos).  Da década de 1960 até os dias de hoje, este é o jogo da maioria dos grandes conglomerados de produtos "do bem-estar".  É realmente uma indústria que não se renova, não se preocupa com a saúde da população e  tampouco elimina de seus produtos massificados os componentes maléficos. Vende com glamor a famosa aparência saudável e bela que oculta e mascara uma alma corrompida, nefasta, desumana e bestial. Para acionar esta trama suja se vale da total  falta de regulamentação que acomete o setor de produtos cosméticos e congêneres, sendo que esta lacuna se torna um "salvo-conduto" para esta indústria  se auto-regulamentar e arbitrar em uma área tão estratégica e importante (caso de saúde pública). 
Alguma coisa está muito errada quando menos de 12% de todos os químicos presentes nos cosméticos têm sido avaliados no ítem segurança, nos EUA (como alega Annie Leonard). Algo próximo deve ocorrer com os produtos no mercado brasileiro. Sem leis para enquadrar esta indústria  no seu mercantilismo-mercenário de produtos insalubres, torna-se muito fácil ela se perpetuar pelo mercado global.







Veja só alguns filhinhos-monstrinhos (ínfima amostra) desta indústria parida na Era do Plástico e Químicos, que nos perseguem, diária e sorrateiramente, até os dias de hoje:
/Chumbo/ Veneno: Altamente cancerígeno.  / Aonde ataca: Escondido em batons.
/Triclosan/ Venenos:  Irrita o pulmão, olhos e pele. Cancerígeno. Desregulador endócrino.  Combinado com outros elementos da fórmula pode gerar agentes lesivos (exemplo: Clorofórmio) / Aonde ataca: Via shampoos, sabonetes, condicionadores e outros produtos.
/Metilparabeno/ Veneno: Irrita e pele, além de ser tóxico e cancerígeno. / Aonde ataca: Direto do xampu, condicionadores, remédios e outros produtos.
/Propilparabeno/ Venenos: Tóxico, cancerígeno e alergênico [irrita a pele (tal como o seu priminho, acima)]. / Aonde ataca: Via xampu, condicionadores, remédios etc.
/Lauril Éter Sulfato de Sódio/ Venenos: Tóxico e cancerígeno. Irrita e inflama a pele (em grande concentração é utilizado para levar chão de fábrica). Enfraquece e diminui os folículos capilares. / Aonde ataca: Em mais de 90% dos pântanos turvos  dos xampus comercializados e também em condicionadores.
/Formaldeído/ Venenos: Altamente cancerígeno e caústico para a pele / Aonde ataca:  Principalmente em xampus e condicionadores. / Imagine esta bomba-química por anos a fio nos cabelos!
/Bisfenol/ Venenos: Afeta o comportamento das crianças. Impacto toxicante e cancerígeno na próstata e no peito. / Aonde ataca: Comida enlatada, comida para crianças, mamadeiras, remédios etc.
/Aspartame/ Venenos: Altamente cancerígeno. Tóxico aos órgãos humanos. Promove irritação da pele, olhos e pulmões. Incha o corpo.  / Aonde ataca: Remédios, adoçantes, alimentos, refrigerantes e incontáveis outros produtos.
/Cocoamidopropyl Betaína/ Venenos: Compromete os folículos capilares, deixando-os mais delgados. Alergênico. Combinado com outras substâncias da fórmula cosmética pode gerar agente contaminador e altamente cancerígeno (Nitrosamina). / Aonde ataca: Principalmente em xampus.
/EDTA/ Venenos: Irrita pele, olhos e pulmões. Cancerígeno. Tóxico aos órgãos humanos. / Aonde ataca: Principalmente em xampus. Por incrível que pareça, em alguns casos, aparece até em alimentos. 
/Propylene Glycol/ Venenos: Irritante, alergênico e cancerígeno. / Aonde ataca: Principalmente em cremes de beleza e protetores solares.

Para obter a lista completa e avaliação detalhada  dos químicos que aparecem nos produtos, clique no seguinte link: www.ewg.org/chemindex/list


O EWG (Environmental Working Group) é uma fundação que tem por objetivo oferecer informações para o consumidor, através de uma ampla base de dados, que o proteja dos riscos encontrados em produtos químicos. Oferece alternativas de produtos naturais e ecológicos. Além disso, pressiona o governo para que fiscalize com normas firmes reguladoras os produtos expostos no mercado. Exemplo: cobra  do governo norte-americano para que fiscalize as ondas eletromagnéticas dos celulares (alguns deles emitem ondas  intensas e fortes além de um padrão médio seguro. Estas ondas podem ser cancerígenas) e também para que o governo regulamente e monitore a indústria do "bem-estar", para que esta se torne transparente, responsável e elimine a química nociva de seus produtos.






Para assistir ao vídeo bem instrutivo e esclarecedor da ativista Annie Leonard sobre a história da indústria de cosméticos, clique em:
http://www.youtube.com/watch?v=pfq000AF1i8&feature=player_embedded

Annie Leonard é responsável pela Coalizão The Campaign for Safe Cosmetics, que tem por missão proteger a saúde dos consumidores e trabalhadores, pressionando as corporações para eliminarem químicos lesivos de seus produtos e serviços.
Site - "The Campaign for Safe Cosmetics": http://www.safecosmetics.org/







COORDENADAS
Ao escolher um produto: não deixe de ler o rótulo com os elementos componentes da fórmula. Ao constatar elementos nocivos na formulação, não compre a mercadoria. Escolha uma alternativa natural, orgânica, com óleos naturais e livre de elementos sintéticos (vindos de óleos minerais), corantes e conservantes artificiais.  
-Fontes-
Blog: Ecotendências - Matéria: Há Chumbo no seu Batom?  (Via Blog GJOL) /
-Imagens-
Marca de Preço (100% Bio) - Site: Ciclo Vivo.
Etiqueta Verde dos Recicláveis - Folha UOL.