Dança do Ouro

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 "Dança do Ouro" é uma jornada musical que começa em Cuzco, no Peru e passa pela cidade de Brejo da Cruz, na região semiárida  da  Paraíba, cuja vegetação é composta por caatinga. Esta canção de autoria de Lourenço Baêta e Zé Renato - que  abre o disco "Dançando pelas Sombras" (1992) do conjunto Boca Livre - é talvez uma das músicas mais belas da banda. Do ponto de vista instrumental, a combinação do rico  arranjo vocal (várias vozes combinadas) com a densa  parte instrumental (presença de violões, baixo, bateria e teclado) é sublime e digna de configurar no seleto grupo de músicas inesquecíveis da MPB.















No tocante  à letra da canção, parece que ela se vale dos contrastes/paradoxos para passar a sua mensagem: uma América Latina rica em recursos naturais em contraposição com a miséria e o ocaso de seu povo (que briga pelas sobras com os urubus), e assim sofre com a dicotomia solo rico/vida pobre. Algo bem presente hoje em dia nas áreas rurais brasileiras em que a mão-de-obra, em vários casos, está aprisionada em regime escravo ou  em  situações calamitosas em  que pequenos produtores (vide região Amazônica) são expulsos de suas terras por grandes produtores rurais  e suas monoculturas ou até mesmo assassinados quando denunciam que áreas sustentáveis de extrativismo florestal estão sendo devastadas por madeireiras ilegais (algo bem comum no Pará, no Mato Grosso e na Amazônia).
Infelizmente, é uma marcha irreversível do atraso que dizima áreas colossais de florestas.










Em 1994, "Dança do Ouro" ganha uma nova versão e a inclusão de uma das vozes mais bonitas da história do rock. Em parceria com o Boca Livre, Jon Anderson canta nesta faixa (em português) e participa do coro de vozes, enriquecendo ainda mais o arranjo musical.









"Deseo" é uma panorâmica musical de John Anderson pela América do Sul, ao estabelecer parceria com músicos da região, gravando canções com fortes influências latinas.











/Dança do Ouro - Ao Vivo no Auditório do Ibirapuera (2007)/









Contra a reforma do Código Florestal, que se aprovado no Senado será uma sangria desatada na Floresta Amazônica e a sua transformação permanente  em solo árido [ao se desmatar Reservas e Áreas de Proteção Ambiental se promove a aridez irreversível do solo (devido ao seu substato arenoso)], a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), o Fórum de ex-Ministros do Meio Ambiente, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), a ABONG (Associação Brasileira das ONGs), o Greenpeace Brasil, o Movimento SOS Florestas, o SOS Mata Atlântica, o WWF Brasil e várias outras Organizações formaram a Coalizão #Floresta Faz a Diferença.

/Abaixo Assinado contra o projeto de lei que altera, inescrupulosamente, o Código Florestal e a favor de um Código que preserve as Florestas do Brasil/









//COORDENADAS//
/Imagem#1 (de Abertura)/ "Paisagem" - do artista Aldemir Martins que retratou com maestria a situação do povo brasileiro.
/Imagem#2/ "Peixe" - pintura de Aldemir Martins.
/Imagem#3/ "Baleia" - desenho de Aldemir Martins para a personagem do livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos.
/Imagem#4/ "Pássaro" (1958) - desenho de Aldemir Martins.
/Imagem#5/ "Caju e Bananas" - mosaico de Aldemir Martins.
/Imagem#6/ Capa do disco "Deseo" de Jon Anderson.
/Imagem#7/ "Pavão" (1995) - obra de Aldemir Martins.
/Imagem#8/ "Garimpeiros" (1962) - desenho de Aldemir Martins. 
/Letra de "Dança do Ouro/

Eu vi o Sol nascendo
Brilhando o Sol em Cuzco
A Terra e a Luz

O Sol que nasce em Cuzco
Brilha também no céu
De Brejo da Cruz


Não é por acaso
Que o acaso mora ao lado
E não se foi ainda


Nada do que foi será
Ao sul dessa América
Tão linda


Eu vi o Sol morrendo
Dançando pelas sombras
Tiros de arcabus


Os homens e seus filhos
Brigando pelas sobras
Com os urubus


Manchas de um ocaso
Marcas do atraso
Ouro pós sangria


Cólera e os Pantanais
Dos Andes às Gerais
O que será um dia


E cantar...
E chorar...
Eu vi o Sol nascendo.