O Retorno de Um Movimento

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O grupo  Marillion foi um dos principais expoentes movimento de revival do Rock Progressivo no começo da década de 1980. A inspirada suíte progressiva (todas as faixas são interligadas)  do álbum conceitual Misplaced Childhood (1985) - um dos melhores do  conjunto - foi sucesso de público e crítica, ao resgatar com belos temas e densas harmonias  o melhor da estética Art Rock da década de 1970. A  singela dramaticidade musical  da  obra  se combina elegantemente com a  história "na estrada" de  uma pessoa em busca de seu significado existencial (os poemas foram criados pelo vocalista Fish).







 
 
 
 
 
 
 
 
"Kayleigh" - a balada do álbum Misplaced Childhood - muito possivelmente será tocada nesta próxima quinta-feira à noite na cidade de São Paulo (e marcará o retorno da banda ao Brasil  depois de mais de uma década). Diferentemente do disco Misplaced Childhood, o vocal ficará a cargo de Steve Hogarth, que representa a Segunda Era do Marillion, após a saída do vocalista Fish, em 1988 (que gravou com o grupo  4 excelentes discos de estúdio, que combinam a  maestria poética e musical da banda com os enigmáticos desenhos desdobrados em capas-duplas de Mark Wilkinson). A seguir, três momentos de destaque de um dos discos mais representativos do surgimento do neo-progressivo no cenário musical (na voz de Steve Hogarth):




 







 
 
 
 
"Seasons End" (1989) já explicita pelo título e pelas fotos [as figuras icônicas de Wilkinson - o pássaro, o camaleão e o bobo-da-corte estão "submergindo" na capa] o fim da Era Fish para o grupo. É a estreia de Steve Hogarth em grande estilo, ao interpretar com emoção e potência vocal  as composições sofisticadas e bem estruturadas da obra. Um novo direcionamento musical que se refletirá nos doze álbuns de estúdio dessa Nova Era: canções pop em  formato de  baladas, outras mais  psicodélicas e também as longas suítes musicais que  conservam o legado  progressivo da Era Fish (passando a receber  influências das músicas eletrônica e  experimental, bem como do jazz). Dentre as memoráveis suítes, vale destacar: "Man of a Thousand Faces" (do álbum This Strange Engine),  "The Great Escape" (Brave), "Afraid of Sunlight" (Afraid of Sunlight), "Ocean Cloud" (Marbles) e "Gaza" (um protesto sinfônico do último disco Sounds that Can't Be Made).          
 

 










 
O segundo trabalho da Era Hogarth - Holidays in Eden (1991) -  possui  um direcionamento ainda mais pop do que o álbum anterior -  Seasons End (mas sem descurar do rock progressivo de qualidade que é a característica do grupo). Aqui temos a presença de cativantes baladas  mescladas  com rock arena  e  um  bem construído som progressivo. Segundo a banda, o título do disco  é  uma homenagem à viagem que fizeram ao Brasil (quando vieram pela primeira vez, e tocaram em um festival). Já o posterior "Brave" (1994), é  um  trabalho bem  introspectivo, com camadas sonoras espectrais remetendo a um Rock Progressivo mais reflexivo (tanto que  o conjunto sugere que o ouvinte ouça  as músicas  com as  luzes apagadas). E assim, misturando distintos  estilos musicais com a alternância de "estados de espírito musicais" (ora mais solenes, ora mais contemplativos), o Marillion vem lançando discos por anos a fio, guiado por uma formação coesa (sem substituições), onde todos os integrantes compõem, procurando sempre a inovação e a modernização sonora. Outro fato que chama a atenção são os shows animados e intensos que o grupo faz, mostrando o prazer que eles têm em tocar ao redor do mundo, e assim refletindo com perfeição o título do 11º álbum de estúdio da Era Hogarth - "Happiness is the Road" (2008).        
 
  
 






 
 
Como o grupo se manteve sempre fiel ao Rock Progressivo, é possivel perceber a evolução deste estilo nos vários discos lançados. Logo no Single "Market Square Heroes" (1982) - EP de estreia do Marillion (nome em homenagem à obra "O Silmarillion" de Tolkien) - há uma longa suíte (calcada no progressivo da década de 1970)  chamada "Grendel" - que é um voo musical por um reino fantasioso que remete às Terras Nórdicas do poema épico anglo-saxão do guerreiro "Beowulf" e à Terra Média criada por Tolkien. Já a suíte "Gaza" do último disco, traz um som denso (por espelhar uma realidade cruel)  e  carregado de diversas influências musicais: Música Eletrônica, New Age, Hard Rock e é claro, Rock Progressivo. O tema que retrata é bem terreno: a condição dramática e subumana por que passam os habitantes da Faixa de Gaza. 
 
 
 
 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
//REINOS//

/Wikipédia/

/Site do Marillion/ http://www.marillion.com/

/Prog Archives/

/Maiores Infomações sobre o Show em SP/ http://www.hsbcbrasil.com.br/shows_detalhe.asp?ID=381

/Foto#1/ Capa do DVD "Live in Montreal - Friday" (2011) (Site do Marillion).


/Foto#2/ Capa do EP "Welcome to the Garden Party" (Ao Vivo) (1986). Contém o primeiro sucesso da banda "Market Square Heroes" (Site de Fish).

/Foto#3/ Capa do álbum "Misplaced Childhood" (1986) - a obra-prima do Marillion (Discogs).

/Foto#4/ Capa do EP "Kayleigh" (1985) - com a belíssima balada homônima (Fish).

/Foto#5/ Capa do LP de transição para a Era Hogarth (1989) - um disco excelente da capa até a última faixa. Pousaram pela primeira vez no Brasil para divulgar este trabalho (Discogs).

/Foto#6/ Capa do EP "No One Can" (1991), que contém a agradável balada "A Collection" (que não foi lançada em nenhum disco de estúdio) (Marillion)

/Foto#7/ Capa do álbum "Holidays in Eden" (1991). As músicas combinam com a beleza do desenho da capa (Discogs).

/Foto#8/ Capa do DVD "Holidays in Zeland" (2011). Foi gravado ao vivo na Holanda, contendo a execução na íntegra do disco "Holidays in Eden" (Marillion).

/Foto#9/ Capa do Novo Disco "Sounds that Can't Be Made" (2012), que apresenta longas e elaboradas faixas.

/Foto#10/Capa do EP de estreia do Marillion - "Market Square Heroes" (1982), que já trazia o desenho do personagem principal da Era Fish.