Até a Próxima Parada

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Uma bicicleta que vai diretamente da Itália até Saturno. Um casal que só se encontra durante o carnaval de Veneza. Se essas histórias de realismo fantástico fossem musicadas, que tipo de feição sonora teriam?





  






Não seria o rock pop-psicodélico do  Submarino Amarelo dos Beatles, mas uma música igualmente rica, colorida e poética. No caso, um rock progressivo denso e  sinfônico  que  mistura  uma bem   com  elaborada teia rockeira com temas musicais mais lentos, introspectivos e acústicos. Uma muito bem-vinda mescla da música clássica com o melhor do progressivo dos anos 1970 (o Genesis é a  principal influência). A  receita musical  da banda italiana  Submarine Silence não descamba para uma mera cópia  do  ápice musical  alcançado pelo rock setentista sinfônico. Ao prestar tributo  à banda Genesis, o trio italiano [Cristiano Roversi (tecladista e  fundador do grupo); David Cremoni (guitarrista); Emilio Pizzoccoli (baterista)] procura acrescentar uma identidade própria ao seu art-rock, com elementos do neo-progressivo e atmosferas da música latina. O resultado é musicalmente belo e inspirado, remetendo ao também criativo trabalho da banda progressiva italiana Moongarden (que o tecladista e o baterista integram).       







    




A homenagem da banda Submarine Silence ao Genesis é completa:  além de estar presente  em criativas  peças progressivas, ganha também os traços do artista Paul Whitehead, que criou o desenho da  capa  e o logo  para a  banda italiana. A fase  mais "viajante" e onírica (quando Peter Gabriel estava no grupo) foi ilustrada por Whitehead (com  coloridos desenhos  simbólicos que remetem  à  Época Vitoriana, ao campo e  à Idade Média, e se desdobram em detalhadas e  figurativas capas duplas). O conceito da capa (que conta uma história)  está perfeitamente alinhado e combinado com as suítes progressivas de  conjuntos como o Genesis e outros: Van  Der Graaf Generator, Le Orme (alguns dos grupos para os quais Paul Whitehead desenhou "quadros" atemporais).      











O disco da banda Silence Submarine resgata com elegância e emoção todo o conceito do art-rock setentista para o começo da década de 2010. Um trabalho inteiramente instrumental feito com a  consistência, o  brilho  e  a competência de músicos criativos munidos de instrumentos analógicos.
Ao ouvir o som da banda, é possível adentrar em uma rica jornada musical que traz imagens inusitadas de espaços e sensações: uma panorâmica do azul profundo do  Mar da Ligúria presente na música "Porto de Venere", o etéreo mundo de sonhos de um personagem sui generis (na suíte progressiva, dividida em duas partes, "Mr. Submarine Ordinary's Day" ), entre outras ótimas faixas.












De um disco bem composto e conduzido  por sólidos temas instrumentais coloridos, é difícil destacar as melhores composições. Mas  é possível  apontar duas: "Venice, a Spooky Love Story": faixa lírica no estilo progressivo sinfônico que trás uma suíte construída por uma sucessão de  partes lentas e  acústicas (remetendo  à  Música Clássica), com outros momentos mais "hard" e adrenalizantes (com a entrada de guitarra e bateria). Empolgante e dramática, "Venice..." musica com sensibilidade o conto mágico  de um casal "etéreo" que  consuma sua paixão, somente, nos dias do Carnaval de Veneza, uma vez por ano (durante a vida terrena, a dupla não conseguiu se unir). Durante a festa, a multidão separa o casal, involuntariamente. Somente no final do dia é que a dupla vai conseguir se abraçar (antes de retornar  ao limbo). Tocante faixa dividida em segmentos: no começo, apresenta um belo arranjo clássico conduzido por flauta, teclado e violão; uma segunda parte é mais enérgica (com a entrada da bateria), e, finalmente, o epílogo, retornando a um novo momento calmo (o fim da festa). A outra música, "Bicycle Ride from Earth to Saturn", é uma viagem de uma cidade litorânea da  Itália até Saturno. Uma verdadeira pedalada sideral  guiada  por uma  guitarra  contemplativa  e  "emocionada". Tal como "Venice...", uma faixa cativante, densa e sinfônica, alternando momentos suaves com outros mais enérgicos e rockeiros. O Submarino Silencioso faz uma música de tom azul profundo (da intensidade do céu e do mar). Vale a pena embarcar no som nada silencioso deste veículo harmônico e atemporal.          


/Bicycle Ride from Earth to Saturn/












//COORDENADAS//
/Prog Archives/
/Imagem(1)/ "Mergulhador do Tempo" - desenho de Paul Whitehead (Extraído do site do Artista).
/Imagem(2)/ Capa do disco do Submarine Silence (2001) - Arte de Whitehead.
/Faixas do Disco/
01. The Door (1:12)
02. Bicycle Ride from Earth to Saturn (8:17)
03. Elven's Lullaby (2:26)
04. Mr. Submarine's Ordinary Day (Part 1) (8:29)

05. Winter Glows (5:06)
06. Venice, a Spooky Love Story (5:34)
07. Mr. Submarine's Ordinary Day (Part 2) (1:45)
08. Shores Where Time Stands still (4:05)

09. Red Sun (4:01)
10. Porto di Venere (5:25)
/Imagem(3)/ Capa-dupla do disco Foxtrot (1972) do Genesis (Site - Pop Sike).
/Imagem(4)/ "Pulo Voador da Bicicleta" [Foto - Richard Parmiter (Flickr)].  
/Imagem(5)/ Desenho de Paul Whitehead com temática referente à capa do disco Seeling England by the Pound (1973) do Genesis (Retirado do Site do Desenhista).
/Imagem(6)/ "Temeraire" - desenho de Whitehead (Site do Autor).
/Imagem(7)/ "Linha de Água" -  arte de Whitehead para a capa do disco Waterline (2007) da Alex Carpani Band (Site do Capista).
/Imagem(8)/ "Casal no Carnaval de Veneza".
/Imagem(9)/ "Enamorados no Carnaval de Veneza" (2010) (Foto - Alaskan Dude).
/Imagem(10)/ "Sonda Cassini orbitando Saturno".   

O Que Você Quer?

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Brasil com S?
Mamãe Natureza?
Jardim de Allah?
Bossa and Roll?
Saúde?







Carnaval?
Beijo Exagerado?
Flerte Fatal?
Vírus do Amor?
Independência e Vida?







Caso Sério?
Jardins da Babilônia?
Volta ao Mundo?
Uma Noite em Hong Kong?
Chão de Estrelas?
Disco Voador?








Bom Bom?
Zona Zen?
Viagem ao Fundo de Mim?
Nem Luxo Nem Lixo?
Qualquer Bobagem?
Calma?...









Pode até estar perguntando: "Ôrra Meu! - tanta pergunta pra quê? - Eu quero é tudo!" ou então: "Metade da lista já tá bom!"












Mas garanto que se você curte o som da mais rockeira das brasileiras, ficou torcendo para que a notícia recente em que Rita Lee mencionou que vai  se aposentar em definitivo dos palcos, fosse apenas um boato. Mas ao que tudo indica, é a mais pura verdade (ao contrário de inúmeras  bandas que já "encerraram" a carreira de mentirinha, por inúmeras vezes). O último show da cantora foi na Praia de Atalaia Nova, em Aracaju, Sergipe (em janeiro deste ano). Então fica a pergunta: Como abandonar uma carreira que é very nice pra xuxu? Afinal, é uma consistente e emocionante  trajetória repleta de sensacionais discos da  fase dos Mutantes, da Banda Tutti Frutti, da parceria com Roberto de Carvalho  e   da  carreira solo (nutridamente deglutidos por uma   criativa  receita antropofágica musical: MPB, Tropicalismo, Rock, Pop, Progressivo, Jazz  e vários outros ingredientes de sustança). Destes discos, surgiram inúmeros  clássicos  inesquecíveis que estão gravados para sempre na memória da MPB.
















Pelo menos há uma luz forte no fim do túnel: a cantora não vai abandonar os estúdios. Afirmou que planeja lançar vários discos ainda. "Reza" é o nome do seu próximo disco (parece até que a prece dos fãs deu resultado). E além disso, fazendo juz ao seu megassucesso "Lança Perfume", a rockeira vai desfilar na Escola de Samba Águia de Ouro (do bairro da Pompeia). O tema da agremiação é "Tropicália" para o ano de 2012. Sendo assim, Rita Lee será uma das principais figuras homenageadas (pois a banda  "Mutantes"  é   um dos grandes expoentes do Tropicalismo).    


















Em sua carreira, Rita Lee sempre foi uma gênia da lâmpada do rock, ao transformar desejos em belas, intensas e engenhosas canções com fortes cores do  Rock 'n' Roll. O assunto tabu nunca foi banalizado ou vulgarizado, mas sempre musicado de forma suave, despojada e apaixonada. É por isso que sua obra foi e segue sendo a trilha sonora de muitas vidas.   















Acostumada a dar forma musical aos mais variados desejos, em 1997, Rita Lee inverteu a fórmula, no disco "Santa Rita de Sampa". A excelente e tocante balada "O Que Você Quer" vai fundo no emocional, ao levantar uma questão essencial. A canção é de autoria de Roberto de Carvalho e Arnaldo Antunes (é difícil algo dar errado com tal parceria). Uma das músicas mais bonitas do vasto repertório da cantora (mas que ficou meio desconhecida e "escondida" como a quarta faixa do disco).    

/O Que Você Quer/
























//COORDENADAS//
/Imagem de Abertura(1)/ Capa de "Tecnicolor" - o disco dos Mutantes de 2000.
/Imagem(2)/ Capa de "Saúde" (1981) - disco da carreira solo de Rita Lee. Apresenta excelentes músicas: além da faixa-título, "Mamãe Natureza" (regravação), "Banho de Espuma" (grande sucesso nacional), "Atlântida" (linda balada), Ti Ti Ti (abertura de novela).
/Imagem(3)/ Capa do disco "Aqui, Ali, em Qualquer Lugar" (2001) - a rockeira presta uma homenagem aos "Beatles", com regravações de grandes clássicos do quarteto de Liverpool. 
/Imagem(4)/ Capa psicodélica do disco "Atrás do Porto tem uma Cidade (1974)" - parceria de Rita com a  Banda "Tutti Frutti". Clássicos imortais: "Mamãe Natureza", "Ando Jururu" e "De Pés no Chão".
/Imagem(5)/ Outra capa psicodélica, só que dessa vez da  Banda "Mutantes". Nome do disco: "Jardim Elétrico" (1971).
/Imagem(6)/ Capa do disco "Rita Lee" (1979) (o da Tatuagem). Um disco só de clássicos (parece até coletânea). "Doce Vampiro", "Mania de Você", "Chega Mais", "Corre-corre"...
/Imagem(7)/ Capa de mais um disco com a Banda "Tutti Frutti". "Entradas  e  Bandeiras" é de 1976.
/Imagem(8)/ Capa do disco "Rita e Roberto" (1985). Fase mais pop com incursão de teclados e efeitos sonoros. Faixa inesquecível e de sucesso: "Vírus do Amor".
/Imagem(9)/ Capa do disco dos "Mutantes" em estilo super-heróis. Nome da  Aventura   Sideral: "Mutantes e Seus Cometas no País dos Bauretz" (1972). "Balada do Louco" é um classicão, que também possui outra grande versão na voz de Ney Matogrosso.
/Imagem(10)/ Capa do disco homônimo de 1993. Destaque para a canção "Todas as Mulheres do Mundo".
/Imagem(11)/ Capa do disco "Santa Rita de Sampa" (1997). Destaques: "Dona Doida" (tema de abertura da novela "Zazá"), "Obrigado Não" (bem executada nacionalmente) e  a mais bonita do disco "O Que Você Quer" (uma pérola não muito conhecida do repertório da cantora).
/Imagem(12)/ Capa do disco "Flerte Fatal" (1987), em parceria com Roberto de  Carvalho. Em forma de balada, "Bwana" fez um justo sucesso (muito agradável de se ouvir). Outro destaque: "Pega Rapaz".
/Imagem(13)/ Rita Lee - Ao Vivo em João Pessoa (31-12-2011). (Foto: Roberto de Carvalho). 
/Wikipédia/           

Tema do Avião

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De autoria do aviador Santos Dumont, 14 Bis foi um revolucionário aeroplano experimental unido a um balão (chamado de 14, cuja função era reduzir o peso, facilitar  aterrisagem/decolagem e evitar acidentes do protótipo). Como o balão 14 havia sido utilizado por Dumont em outros voos, o aeroplano (feito de bambu e alumínio) ganhou o nome de 14 Bis (bisando assim o uso do balão). No ano de 1906, o 14 Bis se desvencilhou do balão 14 (pois as fases de testes haviam sido bem-sucedidas), e então participou do Prêmio de Aviação Archdeacom, em Paris, no dia 23 de outubro de 1906. O modelo ganhou o prêmio e  obteve um feito histórico: foi o primeiro aeroplano mais pesado que o ar a conseguir decolar, estabelecer um trajeto no céu e retornar ao solo, com sua própria força. Qual seria a possível trilha sonora para brindar este feito histórico de um inventor brasileiro que inaugurou a Era da Aviação?   














A perfeita trilha sonora para homemagear o voo histórico do  aeroplano de Santos Dumont se chama "Tema 14 Bis (Partes I e II)", e está presente no álbum "14 Bis II" (1980). Seguindo a tradição das  grandes bandas progressivas, o conjunto 14 Bis apresenta em seus discos sempre excelentes suítes progressivas combinadas com faixas que aliam a força do instrumental elaborado a belas harmonia vocais, em um  criativo estilo MPB-Clube da Esquina.  





















No álbum "14 Bis II", a combinação Rock Progressivo com MPB alcança o auge de uma música inspirada e com melodias e harmonizações tipicamente brasileiras. Tanto que ao ouvir o tema instrumental "14 Bis" (sem saber a procedência da banda), em pouco tempo é possivel descobrir a charada devido a forte influência do som regional brasileiro incorporado na música. O grande diferencial do grupo 14 Bis é o de  possuir uma  forte e criativa identidade própria, longe de um som mais genérico. É a antropofagia do clima das montanhas de Minas em ação. Afinal, é bem harmoniosa e  poética a  mistura de  inesquecíveis baladas ("Planeta Sonho", "Caçador de Mim", "Bola de Meia, Bola de Gude"), com o híbrido e viajante "Tema 14 Bis", do segundo disco do conjunto.    




















O "Tema 14 Bis" é uma dinâmica suíte instrumental que mescla Progressivo com MPB. A primeira parte da música  é  suave e  pastoral (com forte influência do Movimento Clube da Esquina). Se fosse o aeroplano 14 Bis, estaria em sua fase de testes e descobertas (quando ainda estava sustentado pelo balão 14). Já a segunda parte é bem sinfônica, dinâmica e encorpada (com a presença dos instrumentos de todos os integrantes da banda). Uma espécie de voo completo e virtuoso  que  se  molda perfeitamente com o momento em que o aeroplano de Dumont se emancipa do balão, e faz o seu primeiro voo solo em Paris, sem nenhuma espécie de auxílio. Um pioneiro e revolucionário feito  de uma mente que voava alto como os pássaros.    



















No dvd "14 Bis - Ao Vivo" (2007), a faixa "Tema 14 Bis" ganhou uma excelente nova versão, que se envereda por uma via mais rockeira (com guitarra e bateria  bem energizadas e nova timbragem do teclado). Também  conta com  a  participação do violinista  Marcus Viana (da banda "Sagrado Coração da Terra" e compositor da trilha sonora "Pantanal"), que contribui para deixar ainda mais  densa  a  viagem sinfônica. É difícil dizer qual versão ficou a melhor: a de estúdio ou a do dvd ao vivo. As duas, sem dúvida, alçam altos voos.

/14 Bis - Tema 14 Bis - Versão (Ao Vivo)/























//COORDENADAS//
/Imagem de Abertura(1)/ O Aeroplano 14 Bis.
/Imagem(2)/ O Voo Histórico do 14 Bis no Campo de Bagatelle, em Paris (1906) (Site - aero.jor.br).
/Imagem(3)/ O Guitarrista Cláudio Venturi em Ação ao Vivo [Foto do DVD "14 Bis - Ao Vivo (2007)" - retirada do Site da Banda].
/Imagem(4)/ 14 Bis (Banda) e 14 Bis (Avião) (Site do Grupo).
/Imagem(5)/ Capa do LP "14 Bis II" (1980).
/Imagem(6)/ Capa do Disco "Outros Planos" (2004) (Site do 14 Bis).
/Imagem(7)/ 14 Bis- Ao Vivo (2007), com a Participação de Marcus Viana (Site da Banda).
/Imagem(8)/ Banda em Tom Azul e Ao Vivo (2007) (Site do Grupo).
/Imagem(9)/ Guitarrista e Baterista ao Vivo (2007) (Site do 14 Bis).
/Imagem(10)/ Capa do DVD "14 Bis - ao Vivo (2007) (Site da Banda).
/Imagem(11)/ Banda ao Vivo e de Cima (2007) (Site do Conjunto).
/Wikipédia/
/Site PPH/