Saltos de Resgate

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Golfinhos (Rotador, Nariz-de-Garrafa, Listrado, Dall, de Risso e vários outros), Boto-Cor-de-Rosa e Toninha - Cetáceos ágeis, inteligentes e sensíveis - estão cada vez mais sendo vitimados pela poluição dos oceanos, pela sobrepesca (que diminui consideravelmente a sua alimentação), pela  pesca predatória (que está dizimando o Boto-Amazônico e o Golfinho-Nariz-de-Garrafa, por exemplo). O filme "A Enseada" (2009) - documentário premiado com Oscar - é um retrato chocante da leniência criminosa do governo japonês com  os  conglomerados pesqueiros, que vão trucidando com requintes de crueldade os Golfinhos-Nariz-de-Garrafa para comercializar a sua carne (em um processo de linha industrial de extermínio, no qual a máfia também  está envolvida). Como se não bastasse esta matança,  inúmeros outros Golfinhos desta espécie são capturados para servirem de atração em parques aquáticos (neste tipo de cativeiro, inúmeros Cetáceos vivem muito menos do que em um ambiente livre, entrando em depressão e adoecendo). Os Golfinhos que não se "adequam" aos "padrões" de seleção para integrarem tais parques são sacrificados. Algum tempo depois deste documentário passar no Japão e causar comoção pública, a  pesca assassina na Enseada da Morte (o principal local de abate desses Cetáceos no Japão, na cidade de Taiji) retomou a sua marcha de carnifina. Se nada for feito para deter este comércio de sangue, o Golfinho-Nariz-de-Garrafa (e inúmeros outros Golfinhos igualmente chacinados no Japão) entrarão na lista de ameaçados de extinção. Em um trecho do filme, a equipe  do realizador do documentário Ric O'Barry (ex-treinador de Golfinhos do seriado Flipper)  foi até a Enseada em uma noite na véspera do abate dos Cetáceos que estava planejado para a manhã seguinte. A equipe gravou os sons de comunicação entre os Golfinhos e verificaram que a modulação das ondas sonoras estava fora dos padrões usuais de frequência (com inúmeras "vozes" misturadas, altas e entrecortadas que mais pareciam uma sinfonia do horror). Depois, o realizador  e a equipe chegaram à conclusão que os Golfinhos sabiam que iriam morrer, e portanto, a comunicação entre eles tinha a essência do desespero. Eles não tinham como sair  da enseada, já que os caçadores haviam obstruído todas as possíveis saídas do local.          






 


No Brasil, duas espécies de cetáceos estão ameaçadas de extinção: O Boto-Cor-de-Rosa e a Toninha .
No caso do Boto-Amazônico, o  fator que  promove  a  queda drástica  do número de  indivíduos da  população desses  mamíferos   é a pesca predatória e indiscriminada feita por matadores de aluguel que  dizimam incontáveis Botos com machados e facões para vender sua carne que é utilizada como isca para capturar o peixe Piracatinga [comercializado na Colômbia e nos Estados Unidos (como petisco em restaurantes), sendo que no Brasil sua carne não é apreciada)]. Também partes do corpo deste Cetáceo (olhos  e  órgão reprodutor, por exemplo) são vendidos nos mercados amazônicos como amuletos. Estas ações estão lançando o Boto no limiar da extinção. Campanhas focadas e estratégicas poderiam ajudar a reverter este quadro assustador. Uma forma de envolver a população amazônica na preservação seria tranformá-la em guardiã do Boto-Cor-de-Rosa, via turismo sustentável em que fosse remunerada por isso (como guias turísticos). Por exemplo, a observação sustentável deste Golfinho (nos moldes da observação turística  das Baleias). Além disso, esta campanha de conscientização destacaria a grande importância do Boto-Amazônico como um ser imprescindível para o equilíbrio do ecossistema da Ama
zônia  e  como um ser único (endêmico) dotado de inteligência, sensibilidade e consciência. O outro flanco da Campanha estaria voltado para explicar aos consumidores da carne da Piracatinga e de partes de órgãos do Boto, que tais atitudes consumistas graves e  desnecessárias  levarão este mamífero  relevante  à extinção (ao apontar que há possibilidades sustentáveis  para se pescar a Piracatinga, como também evidenciar a inveracidade da crença de que partes arrancadas do Boto-Cor-de-Rosa são talismãs).




 



 
 
Já as Toninhas são cetáceos mais tímidos, discretos  e com uma  envergadura menor  em comparação com os outros tipos de Golfinhos. Não dão saltos e rotações no ar e sobem à superfície para respirar por apenas alguns segundos (momento em que é possível observar apenas uma pequena parte do seu dorso, que fica rente à água). Elas também não se aventuram em alto mar, ficando restritas  a águas mais rasas  de regiões costeiras, com vistas a   caçar pequenos peixes e moluscos nas  desembocaduras de rios. Com a poluição das águas e a pesca predatória, as Toninhas são gravemente atingidas pela falta de alimentos. O despejo de lixo e esgoto e a  construção de  portos  faraônicos no  habitat  destes pequenos  Golfinhos agravam fortemente  sua saúde (com a água poluída  afetando inúmeros seres marítimos  e a poluição sonora de navios cargueiros  comprometendo seriamente a sua audição e consequentemente o seu sonar que serve como uma precisa bússola de orientação espacial).
Juntando-se a estas graves ameaças, há uma  outra grande exterminadora da vida das Toninhas: as redes de pesca que impedem que o bicho suba  à superfície para respirar e assim provocam o seu afogamento, ao prendê-lo.  O fato é que a Toninha é  uma das espécies de Golfinho mais  gravemente  ameaçadas de extinção. Devido  a este fato alarmante, projetos bem estruturados que visam ao resgate desta espécie estão sendo realizados no Brasil, como por exemplo: o Projeto Toninhas concebido pela Univille (Universidade da Região de Joinville) na Baía de Babitonga (santuário para estudo deste mamífero) na cidade de São Francisco do Sul, em Santa Catarina  e o Projeto Toninha, Cadê Você? -  da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) que atua na preservação destes pequeno Cetáceo no Estado do Rio de Janeiro.        




     










É da banda britânica de neo-progressivo Landmarq uma música que pode ser considerada um emocionante hino de preservação dos Golfinhos ao redor do Planeta. Uma intensa balada em que a perfeita combinação de letra e melodia inspiradas criam um clima de afeição e comoção frente a situação dramática vivenciada por esses mamíferos. É um suspiro consciente em forma de alerta feito por essas adoráveis criaturas. Afinal, espírito, tristeza, sonhos, alegria e memórias não são características exclusivas apenas de seres humanos.






"Tailspin (Let Go the Line)"
combina com criatividade o rock progressivo com a música pop, não deixando de lado a rica estrutura instrumental (com belos diálogos entre guitarra e teclado). A faixa está presente no disco "Infinity Parade" (1993) - o segundo trabalho lançado pela banda, que contava com os vocais de Damian Wilson (Threshold / Rick Wakeman). A canção é uma parceria entre o baixista Steve Gee (letra) e o guitarrista Uwe d' Röse (instrumental).
A versão do belo vídeo abaixo conta com os vocais de Tracy Hitchings (Quasar / Rick Wakeman / Steve Hackett) e está presente no disco ao vivo "Thunderstruck" (1999).
E que os desfiles e saltos dos Golfinhos sejam infinitos e eternos (atemporais de geração para geração). 


 












//ROTAÇÕES//

 
 
/Site do Projeto Toninha, Cadê Você? (RJ)/

/Usados como Isca, Botos são Alvo de Matadores de Aluguel na Amazônia - Matéria Publicada no Site do Jornal "O Globo"/
 
/A Toninha Precisa Respirar - Matéria do Site do Jornal "O Globo"/

/Site da Banda Landmarq/
 
 
//GIROS//


/Foto#1/ Golfinhos Saltando.

/Foto#2/ Pôster do Filme "A Baía" em versão francesa (Site - Movie Goods).

/Foto#3/ Golfinho Saltando em Moreton Bay (Baía no Leste da Austrália que possui Banco de Corais) (Foto - Russell Smith).

/Foto#4/ Boto-Cinza Saltando na Baía de Babitonga em Santa Catarina (Foto - Projeto Toninhas).

/Foto#5/ Botos-Cinza Saltando em Babitonga (Foto - Projeto Toninhas).

/Foto#6/ Dorso da Toninha (Foto - Projeto Toninhas).

/Foto#7/  Toninha Deslizando na Água (Foto - Projeto Toninhas).

/Foto#8/ Duas Toninhas (Foto - Projeto Toninhas).

/Foto#9/ Capa de "Infinity Parade" -  excelente disco progressivo sinfônico com pitadas de hard rock do grupo Landmarq. 

/Foto#10/ Três Toninhas no Horizonte (Foto - Projeto Toninhas).