Aberrações na natureza estão ocorrendo cada vez com mais frequência no habitat do Círculo Polar Ártico (além, de inúmeros outros ecossistemas da Terra), só para citar um exemplo chocante e dramático da devastação dos seres humanos frente à natureza (poluição atmosférica, construção de fábricas, usinas e plataformas em santuários ecológicos, pesca/caça predatórias em larga escala etc.).
Há algumas décadas era inimaginável que o Urso Polar atacasse uma Morsa para se alimentar. Realmente, não era estratégico para o Urso avançar em um animal robusto e corajoso. Com o degelo em excesso do manto do Ártico (que se aproxima do nível mínimo recorde de 2007, sendo que em algumas áreas está 50% menor do que a média), as presas naturais (Focas) dos Ursos Polares desapareceram. Até um passado recente era normal observar os Ursos correndo pelas longas plataformas de gelo e no momento de fome golpearem o solo congelado para caçar Focas, que nadavam debaixo destas plataformas. Atualmente, o solo de gelo retraiu-se a níveis dramáticos, e o que resta é pouco espesso (o que faz com que não sustente o peso dos Ursos e estes caíam direto na água). Sem alimento e famintos, são obrigados a nadar (e não mais andar) longos quilômetros em busca de comida, e, lamentavelmente, encarar a Morsa como uma nova presa (desvio bizarro e surreal da sua cadeia alimentar natural), em um momento de desespero.


Hoje, infelizmente , é normal encontrar usinas/plataformas em pleno Ártico, que para se instalarem expulsam seres do seu espaço natural, além de poluírem o entorno de áreas já devastadas. Uma das inúmeras vítimas é o Caribou, que está gravemente acuado e ameaçado pelas construções no Alasca, ao seu redor e pelo petróleo, embaixo de onde pisa. Com o aquecimento do Ártico, há um outro fato que nunca ocorreu anteriormente e que é outro "filme" de terror no estilo "Urso vs. Morsa": o envenenamento da atmosfera com substâncias tóxicas que estavam aprisionadas nas largas e profundas plataformas de gelo e nas águas resfriadas de outrora. A quantidade destes dejetos químicos descoberta por cientistas canadenses e noruegueses é incerta, no entanto, o certo mesmo é o alto teor de veneno destes produtos, que são conhecidos como poluentes orgânicos persistentes, proibidos pela Convenção de Estocolmo (2004). O time do mal é o seguinte: pesticidas (DDT, clordano, lindano), fungicida hexaclorobenzeno (HCB), bifenil policlorados [PCBs (sigla em inglês): compostos químicos resultantes da mistura de produto sintético com uma estrutura química similar e largamente utilizados em tintas, plásticos, borracha, papéis etc.].
Estes elementos químicos são cancerígenos e desreguladores hormonais. Agora, devido ao aquecimento global e ao consequente derretimento das calotas polares, estão soltos na atmosfera, contaminando-a, consideravelmente.
O disco "Stormwatch" (1979) da banda Jethro Tull alerta para o risco ambiental da exploração comercial do Polo Ártico. As letras das músicas são o reflexo da crise do petróleo da época e a corrida rumo a novos lugares que oferecessem possibilidade de extração do óleo.
Uma temática apocalíptica e melancólica acentuada por um hard rock enérgico (alternando momentos mais agitados com outros de balada), que apresenta interessantes influências sinfônicas [da fase mais pesada da banda presente nos álbuns "Stormwatch", "A" (1980) e "The Broadsword and the Beast" (1982)]
O desenho da capa de David Jackson reforça o tema do álbum (invasão humana exploratória no Ártico) e as consequências de usinas e plataformas instaladas nesta região para as espécies locais. É uma pena que o Urso Polar real não seja gigante como o da capa. Se fosse, talvez pudesse interromper esta predatória intromissão humana.
Das faixas do álbum, o destaque vai para "Orion" (uma súplica para os céus em um momento crítico) - vigoroso hard rock arena (com excelente trabalho guitarrístico de Martin Barre) e para um intenso rock com levada sinfônica - "Elegy" (o epílogo da obra).
/Elegy (Instrumental) (Versão Estúdio)/
//COORDENADAS//
/Imagem de Abertura#1/ O Urso Polar e o Solo Árido (Extraída do Site: alaska.fws.gov).
/Imagem#2/ Morsa-Mãe e Filhote (Fonte: "National Geographic").
/Imagem#3/ Urso Polar em cima do Naco de Gelo.
/Imagem#4/ Capa do DVD: "Planeta Terra - Nosso Futuro" - documentário da BBC.
/Imagem#5/ O Salto do Urso Polar.
/Imagem#6/ As Morsas e a Ausência de Gelo (Foto: Dan Guravich).
/Imagem#7/ Urso Triste.
/Imagem#8/ A Corrida dos Caribous (Foto: Jim Branderburg).
/Imagem#9/ Caribous Ameaçados.
/Imagem#10/ Bordas da Bacia (Desenho do pintor impressionista norte-americano David W. Jackson, especialista em imagens da natureza. O artista apoia várias organizações de proteção à vida animal). Site de David W. Jackson
/Imagem#11/ Capa dupla do álbum Stormwatch do conjunto "Jethro Tull". O desenho é de David Jackson.
/Imagem#12/ Pisando Alto (Pintura de David W. Jackson).
/Imagem#13/ Encarte do disco "Stormwatch" (Retirado do Site: Discogs).
/Imagem#14/ Manhã Gloriosa (Pintura de David W. Jackson).
//Fontes//
/Planeta Terra - Nosso Futuro (Documentário da BBC)/
/O Globo: Matéria sobre os Venenos no Ártico (26/07/2011)/
/Exame: Matéria - Camada de Gelo do Ártico se aproxima do Mínimo Recorde (04/08/2011)/
/Imagem#11/ Capa dupla do álbum Stormwatch do conjunto "Jethro Tull". O desenho é de David Jackson.
/Imagem#12/ Pisando Alto (Pintura de David W. Jackson).
/Imagem#13/ Encarte do disco "Stormwatch" (Retirado do Site: Discogs).
/Imagem#14/ Manhã Gloriosa (Pintura de David W. Jackson).
//Fontes//
/Planeta Terra - Nosso Futuro (Documentário da BBC)/
/O Globo: Matéria sobre os Venenos no Ártico (26/07/2011)/
/Exame: Matéria - Camada de Gelo do Ártico se aproxima do Mínimo Recorde (04/08/2011)/