Pássaros

0 comentários


"Pássaros" é um vídeo breve (40 segundos) onde os atores principais são placas de rua de um bairro movimentado da cidade de São Paulo. Os nomes dessas placas são de alguns pássaros da fauna brasileira, e a maneira rápida como são mostradas no filme  em meio ao movimento ininterrupto dos carros  e a onipresença monótona e chapada  das  fachadas dos prédios  gera uma  sensação de estranhamento e aridez. Esta percepção de desconforto é amplificada pela trilha sonora que remete a uma paisagem desértica e estéril, graças ao som "industrial" e embrutecido da música "La Lucha por la Supremacia 1" - presente no disco "Hydra 3" - da banda argentina "Hydra". Então,  surge a pergunta: para aonde voaram os pássaros verdadeiros - aqueles que piam, cantam e batem asas?   







Será que a ausência das aves não é um prenúncio de uma tragédia anunciada? Aquele  tipo  de  desgraça  gerada  por  elementos que não estão nem aí para um dos maiores patrimônios existentes no Brasil - fácil de se zelar e ao mesmo desbragadamente exposto  à  dizimação. Ainda é tempo de se evitar que atitudes criminosas, insustentáveis e tacanhas prevaleçam e coloquem em grave risco a inestimável biodiversidade brasileira.      

/Pássaros (Vídeo)/












//COORDENADAS//
/Imagem de Abertura (1)/ "Gansos - Grandes Migrações" - Foto da National Geographic. 
/Imagem(2)/ Pintura do artista paranaense Rogério Dias. Técnica: Acrílico sobre Tela. Ano: 1981.
/Imagem(3)/ Voo do Tuiuiú. Animal ameaçado que se encontra em várias regiões do Brasil. Maior ave voadora da planície pantaneira e considerada o símbolo do Pantanal.
/Fonte de Consulta/
/Site/ Caliandra do Cerrado.

Hora do Recreio

0 comentários


É a hora do lanche. O estudante sai voando da escola vestido com o seu típico uniforme de colégio tradicional. Na sua insana correria, a mochila vai balançando e batendo nas suas costas. Tudo isso para se encontrar na praça com seus grandes amigos e começar o longo caminho para o topo. Mas o que estava presente nas grandes "lancheiras"  do grupo de amigos para reunião tão especial?








































"It's a Long Way to the Top (If You Wanna Rock 'n' Roll)" é o hard rock encorpado que abre o primeiro disco internacionalmente lançado pela banda australiana AC-DC - High Voltage (1976). Lá está forjada a marca musical do grupo: um rock  enérgico com refrão empolgante, os riffs marcantes de Angus Young, o acompanhamento instrumental empolgado e competente dos demais membros e a voz possante e cortante de Bon Scott. Mas há algo que adiciona uma inusitada força extra à música: a participação de vários músicos tocando gaita de foles (incluindo o vocalista Scott), tornando a reunião da banda com  os  gaitistas (e  também com os espectadores da praça) uma espécie de parada rockeira. Com isso, "It's a Long Way to the Top..." alcança ares de épico, transformando-se em hino rockeiro (um dos primeiros clássicos dos vários compostos pelo conjunto). Não é a toa que o AC-DC foi e sempre será uma grande influência para as bandas de rock (o hard rock dos anos 1980 e o rock arena que o digam).








A canção é sobre as dificuldades de se viver da música e o caminho difícil e tortuoso para se alcançar o estrelato (o próprio AC-DC teve graves complicações ao longo de sua estrada rockeira, antes de se tornar um dos maiores grupos de rock, passando por uma tragédia: a perda do vocalista Bon Scott). O legado da fase com Scott está intacto nas gravações dos cinco discos de estúdio dessa época, e, sem dúvida, "It's a Long Way to the Top..." é uma das heranças musicais mais bacanas: 
"It's a Long Way to the Top (If You Wanna Rock 'n' Roll)" - Vídeo Oficial/















//HEATSEEKERS//
/Imagem de Abertura(1)/ Angus Young tocando no chão (Fonte: Arquivo do Guitarrista).
/Imagem(2)/ Encarte Interno do Disco "High Voltage" (Fonte: All CD Covers).
/Imagem(3)/ "Gaita de Foles na Atmosfera da Tarde" (Fonte: Site - Base Notes).
/Imagem(4)/ Bon Scott Tocando Gaita de Foles no Vídeo de "It's a Long Way to the Top..." (Fonte: You Tube). 
/Imagem(5)/ Angus Young Tocando Guitarra no Vídeo de "It's a Long Way to the Top..." (Fonte: You Tube).
/Imagem(6)/ Banda Tocando  em  uma  Praça no Vídeo de "It's a Long Way to the Top..." (Fonte: You Tube).
/Imagem(7)/ Capa do Disco "High Voltage" (Fonte: Discogs).
/Imagem(8)/ Foto da Banda em Preto e Branco.
/Imagem(9)/ Banda em Preto e Branco (Foto: Fred Murray). 
/Wikipédia/
/All Music Covers/

Vamos Desenvenenar Nossos Pratos

0 comentários




O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos (16% da produção mundial). Além disso, há uma série de produtos químicos usados nas lavouras (verdadeiros venenos) que foram proibidos em outros países e são largamente utilizados por aqui. A produção de agrotóxicos cresce a passos largos no país, resultando no consumo de 5kg de veneno (ao ano), por cada brasileiro, e na incidência de severas  anormalidades para a população: diversos tipos de cânceres, esterilidade, alergias, cegueira, paralisia dos membros, distúrbios pulmonares, cardíacos, neurológicos etc.






  
É um verdadeiro bombardeio de veneno que atinge a saúde tanto da população do campo como da urbana. O pior de tudo é que essa ameaça que detona vidas é invisível (pois não enxergamos o tóxico que ingerimos diariamente em nossas refeições). Além disso, os pesticidas arrebentam com o meio ambiente, ao contaminar o solo, a água e dizimar fauna e flora. Um exemplo é a rolinha, ave que é vitimada pelos tóxicos despejados nas plantações (em inúmeros casos, já foram encontrados bandos de rolinha caídos e mortos no chão de propriedades que se utilizam de venenos na lavoura). Outro caso: as abelhas estão sendo exterminadas em escala planetária  pelos pesticidas. Este alerta da ONU serve de alarme para  o  possível  colapso da agricultura, que pode ficar órfã de um essencial agente polinizador de frutas e vegetais. 






O comércio de agrotóxicos executado por megacorporações no Brasil é ao mesmo tempo  ditador e  nada transparente: impõe condições aviltantes de contrato que aprisionam os agricultores em um perverso monopólio movido pela dobradinha agrotóxicos/transgênicos. Como se não bastasse tudo isso, ainda deixam de avisar os agricultores sobre  a séria ameaça à saúde deles quando manipulam pesticidas (muitos deles banidos dos Estados Unidos, Japão, Europa etc.). Essa desfeita criminosa  é  largamente  ampliada, pois atinge também toda a população brasileira, que a cada dia se envenena mais por conta de uma agricultura preponderantemente química.





     

A Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida, através do Comitê do Estado de São Paulo, irá promover, no próximo sábado, Encontro para debate/conversa  sobre  a possibilidade de se trilhar um caminho saudável  e  sustentável rumo a uma agricultura orgânica livre de venenos, e sem as amarras de um modelo perversamente tóxico de exploração concentrado nas mãos de poucas multinacionais.
O local do Evento será no Parque da Água Branca, na cidade de São Paulo. Lugar conhecido por promover feira de produtos orgânicos, aos sábados. O Encontro é aberto e gratuito. Uma excelente oportunidade para somar e combinar ideias que visem transformar a gravíssima situação em que se encontra o modelo de produção e de consumo alimentar no Brasil. Temos que nos livrar das doses diárias de veneno.   














//CARTAZ DO EVENTO//








//PROGRAMAÇÃO DO EVENTO//
      






//LOGO DA CAMPANHA//










//COORDENADAS//
/Todos os cartazes foram cedidos pelo "Comitê do Estado de SP contra os Agrotóxicos e pela Vida"/
/Todas as fotos foram tiradas durante o show "The Wall - Live" de Roger Waters no Estádio do Morumbi, em 03-04-2012/
/Site da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida/
/Assista na Íntegra ao Chocante e Revelador Filme "O Veneno Está na Mesa" de Silvio Tendler/

Projetando no Muro

0 comentários



Alienação, traumas, violência  e  delírios transformados em imagens bizarras, assimétricas e surreais. É está a atmosfera presente no trabalho do ilustrador britânico Gerald Scarfe, com destaque para a arte que ele criou para o trabalho "The Wall" da banda Pink Floyd. Desenhos satíricos e deformados carregados de sátiras e críticas políticas e  sociais são a tônica do trabalho do artista ("The Sunday Times" e "The New Yorker" são alguns dos jornais/revistas para os quais desenhou). 









Lançado em 1979, o disco duplo "The Wall" foi ilustrado por Scarfe (capa, encarte interno e selos dos vinis), e complementou com precisão a história opressiva e de crítica social criada pelo vocalista/baixista Roger Waters sobre um rock star perturbado chamado Pink (uma metáfora para a  consumista e alienada sociedade moderna). Além de ilustrar o álbum, Gerard Scarfe também contribuiu  com seus desenhos para outras mídias da história de "The Wall": o filme de Alan Parker de 1982 (com animações) e megashows (com figurinos, placas,  desenhos  projetados  em  muros etc.). Dos grandes concertos, a  atual turnê de "The Wall Live" de Roger Waters é  uma das mais completas e bem produzidas (com  novos cenários, imagens e desenhos), assemelhando-se em grandiosidade  com as turnês: "Is There Anybody Out There - The Wall Live (1980-1981)" do Pink Floyd e "The Wall - Live in Berlin" (1990) (com Roger Waters em carreira solo acompanhado de vários músicos convidados).        







A  capa acima  de Gerard Scarfe apresenta uma influência da arte moderna  para o disco conceitual lançado pelo conjunto Pink Floyd. O tipo de letra usado ("informal de caderno") aparece também nas projeções da atual tour que passará pela cidade de São Paulo nos próximos dias 1 e 3, no estádio do Morumbi.





  

A capa dupla interna do álbum "The Wall" mostra os personagens alucinados da história ilustrados por Gerard Scarf.








A obra "The Wall" traz características autobiográficas do idealizador do projeto - Roger Waters. Tal como o personagem Pink, Waters  perdeu o pai  em uma batalha na cidade de Anzo (Itália), durante a  Segunda Guerra Mundial (a homenagem a ele aparece logo no começo do show com a música "The Thin Ice"). Este trauma  fica fortemente  marcado  na mente do rockeiro Pink [o show exterioriza tal sentimento com impactantes animações sobre bombardeios nazistas na Inglaterra (durante a música "Goodbye Blue Sky")].  







O desenho acima de Gerard Scarfe mostra um bombardeio nazista em terras inglesas. Artilharias pesadas para a infância de um menino. 










A educação repressora em colégio britânico pela qual passa Pink em sua infância contribui para aumentar seus traumas e feridas (pela visão do garoto o colégio mais parece como um campo de concentração, cujos professores são verdadeiros ditadores tresloucados e  moedores de almas e carnes humanas). A atitude sádica e cruel dos educadores frente aos alunos é retratada na canção "The Happiest Days of Our Lives".   







O boneco do professor-ditador durante a execução de "Another Brick in the Wall - Parte 2" - um hino contra a violência e a opressão. 








O boneco representa o estado mental  frágil e perturbado do personagem Pink, um reflexo de seus pensamentos obcecados pelas imagens de terror da Segunda Grande Guerra Mundial e de outros traumas de infância.  








Trazendo mais problemas para o comportamento do garoto, a mãe superprotetora compromete a individualidade dele, ao controlar todos os passos de seu filho. Tal atitude aparece na música "Mother".








Já adulto e agora um atormentado astro do rock, Pink  passa por uma grande crise: o casamento com a sua mulher  se  deteriora, a ponto de causar a separação do casal (algo que ocorreu com Waters). O relacionamento conturbado e  descolorido  é  mostrado na faixa "Empty Spaces" (no show, a animação  com flores se transformando em monstros e se  digladiando entre si representa simbolicamente o teor da convivência do casal). O ápice da falta de comprometimento se dá com uma traição de Pink em "Young Lust"









Este desenho (acima)  de Scarfe se chama "A Aparição da Sombra da Esposa". Na história este sentimento se materializa da seguinte forma: Pink destrói todo o apartamento, culminando com o fim do relacionando (a esposa  o abandona). A dor da separação é cantada na música "Don't Leave Me Now". Sozinho e cada vez mais insano, o  astro do rock  constroi um muro de isolamento em torno de si, afastando-se da realidade para mergulhar  em um mundo fantasioso e esquizofrênico. O auge da loucura e do fechamento para a sociedade se dá em "Goodbye Cruel World" (no show, o último tijolo do muro é preenchido, e então, a banda  não é mais vista pela plateia). A balada "Comfortably Numb" revela o estado de letargia e vício em que se encontra o músico.     











O enclausuramento, abastecido por drogas, eclode em uma série de surtos psicóticos. Um dos principais revela Pink com a plena convicção de que é um verdadeiro ditador. Então, acaba por revelar o desejo de executar seu  plano de perseguir minorias étnicas  na arrasa-quarteirão "Run like Hell" e na balada-marcha "Waiting for the Worms".    








A perseguição se dá em Londres com a marcha dos soldados-martelo (no show, aparecem como imagens  contundentes  projetadas durante a execução de "Waiting for the Worms").









Exaurido da sua existência doente e  insustentável, Pink tem um momento de iluminação em que deseja abandonar seus vícios, preconceitos  e o decorrente isolamento, e assim, alcançar uma nova vida que não o arruine mais (esta reviravolta está na canção "Stop"). Mas antes, é promovido um julgamento [presente na música "The Trial" (no show, animações de Scarfe são projetadas no muro durante a execução desta opereta)], cujo tribunal é a sua mente. Todos os  atos  de   seu   passado  passam por análise  de  uma  figura insólita: o juiz-montanha da ilustração acima.   








O veredicto do júri na arena sobre o caso de Pink: o indivíduo deve quebrar o muro e sair da "prisão".










Na música "Outside the Wall" temos a resolução do épico: a destruição do muro e a abertura de uma nova perspectiva.
"The Wall" é uma obra que passa pelo teste do tempo: não ficou datada, ao enfocar com criatividade, beleza  e  singularidade  temas  atemporais  e  essenciais  da  humanidade.   










A seguir, algumas músicas do show:


/Goodbye Blue Sky - Estádio Nacional - Santiago - Chile (2012)/

/Comfortably Numb - Estádio Nacional - Santiago - Chile (2012)/

/Run like Hell - Brisbane - Austrália (2012)/

/Waiting for the Worms - Auckland - Nova Zelândia (2012)/

/The Trial - Estádio Nacional - Santiago - Chile (2012)/












//COORDENADAS//
/Imagem(1)/ "A Paisagem Alienígena" - Desenho de Gerard Scarfe.
/Imagem(2)/ "Marcha dos Martelos" - Pôster de Scarfe para "The Wall".
/Imagem(3)/ Pôster de Gerard Scarfe para o filme "The Wall" (Fonte - Wikipédia).
/Imagem(4)/ Capa do vinil "The Wall" feita por Scarfe (Fonte - Discogs). 
/Imagem(5)/ Capa dupla do disco "The Wall", com ilustrações dos personagens da história feitas por Gerard Scarfe (Fonte - Discogs).
/Imagem(6)/ "Fortificação de Anzio" - Pintura retirada do site do artista.
/Imagem(7)/ "O Mergulho do Stuker" - Desenho do site do ilustrador.
/Imagem(8)/ "O Professor" - Ilustração do site de Scarfe.
/Imagem(9)/ "Boneco do Professor" em ação no show "The Wall Live", de Roger Waters.  
/Imagem(10)/ "Pink Acuado" - Foto do show que apresenta o personagem como uma criatura traumatizada e fragilizada pelo terror da guerra e pela educação repressora.
/Imagem(11)/ "Mãe" - Desenho do site de Gerard Scarfe.
/Imagem(12)/ "A Esposa" - Ilustração retirada do site do artista.
/Imagem(13)/ "A Aparição da Sombra da Esposa" - Desenho do site de Scarfe.
/Imagem(14)/ O Muro com a banda atrás dele, durante o show "The Wall Live". 
/Imagem(15)/ "Os Martelos Cruzados no Quadro Circular" - Pôster extraído do site de Gerard Scarfe.
/Imagem(16)/ A Marcha dos Martelos no Show "The Wall Live" (Fonte - Site: Focka).
/Imagem(17)/ "O Muro de Martelos e o Juiz" - Ilustração do site de Scarfe.
/Imagem(18)/ "Juiz na Arena" - Ilustração do site do artista.
/Imagem(19)/ Palco de "The Wall Live", com o muro sendo montado.
/Imagem(20)/ Palco no final do show com o muro destruído.
/Imagem(21)/ Pôster para o show "The Wall Live" de Roger Waters.
//FONTE//
/Wikipédia/