Jogos Suaves

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Em uma floresta de coníferas, dois exércitos inimigos vão se formando em pontos distintos desta grande área verde. Voluntários  aderem  com  entusiasmo  e  determinação  às  formações  de  batalhões  para   o   grande  combate  final. A imensa floresta está brilhante com  intensos raios de sol realçando a beleza de suas árvores robustas e centenárias. Estranhamente, a união do sol com o verde parece brindar o guerrear que está por vir. 




              
Esta guerra na floresta é um videoclip criado por Sam Bentley e dirigido por Pete Seamons para a música "Featherstone" da banda australiana The Paper Kites. As imagens impactantes e poéticas da floresta e dos seres presentes nela (árvores, soldados...) combina perfeitamente com a balada folk-marcial do grupo de Melbourne. Nesta canção, a  paz (levada folk) e  a  guerra (batida marcial) resultam em um harmônico e emocionante manifesto musical (que até poderia ser chamado de Guerra da Paz).    






Sem dúvida, "Featherstone" é muito influenciada pelo som acústico e folk da dupla Simon and Garfunkel, mas também outros gêneros musicais, como o rock (destaque para a guitarra marcante da faixa), o jazz (uso de saxofone) e o  indie (balada com ares etéreos) serviram de base para a composição da envolvente canção. Ela  é  o carro-chefe  do primeiro trabalho lançado pelo conjunto - o  EP "Woodland" (2011).
Em tempos de Jogos Vorazes, a mensagem musical e visual de "Featherstone" cai como uma pluma, ou melhor, como uma luva.
  
/The Piper Kites - Featherstone (Videoclip)/











//NA FLORESTA//

/Imagem de Abertura (1)/ "Garoto Robin Hood com Arma de Guerra" - Cena do videoclip da música "Featherstone".

/Imagem (2)/ Desenho retirado do site da banda.

/Imagem (3)/ Capa de "Woodland" (2011) - o disco de estréia do grupo The Paper Kites.

/Imagem (4)/ Foto da banda.

Asas Juninas

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Tempo de festa junina é palco de tradições folclóricas. Então, tem pé-de-moleque, cural de milho, barracas de prêmios, quadrilhas (não as do Planalto Central). Momento apropriado para danças, quentão, fogueira (remontando às tradições festivas da Idade Média). Já soltar balões (não tripulados e com fogos de artifício) nesta época é um assunto periculoso em bandas tupiniquins [pode provocar incêndios, sendo  assim  proibida sua  soltura  em todo o território brasileiro (pela Lei Federal de Crimes Ambientais)].




   
Ao contrário das interrompidas danças de balão, a música regional está mais do que nunca de vento em popa nesta época do ano. Que o diga (ou melhor, cante) a moda de viola, com sua forte ênfase em um singelo instrumental de cordas - moldura para letras que são casos de aventura (ensolaradamente enluaradas)  pelo interior do Brasil, enveredando-se por matas, rios, campos, estradas, arraiais...





Ótimos exemplos que constituem o gênero violeiro não faltam: Almir Sater, Renato Teixeira (atualmente em turnê), Sá & Guarabyra, Tonico e Tinoco... Mas existe um caso musical  bem  peculiar: o de um músico maranhense que transformou um tema de viola em voo de alta densidade.






"Planador" observa tudo de cima, substituindo estradas e pantanais pela vastidão azul do céu (uma moda de viola com toques de rock e new age). Este planar é a terceira  música do  disco homônimo de  Papete (percussionista/violonista/cantor que já acompanhou Hermeto Pascoal, Vinícius de Moraes, Renato Teixeira, Rita Lee, Andreas Wollenweider, dentre outros). Lançado em 1981 (o quinto de nove discos lançados pelo músico) tem a participação especial do instrumentista Almir Sater. Sem dúvida, um voo musical que vale a altura.         





/Papete - Planador/











//ASAS//
//Branca// Todas as fotos foram retiradas do site "My Modern Met, que mostra as cores vívidas do interior de balões tripulados (e portanto legais nos dois sentidos do termo).
//Verde// Via "Illustratus".
//Azul// O disco "Planador" de Papete foi descoberto no excelente site de música brasileira "Toque Musical".
//Amarela// Wikipédia.
//Vermelha// 
"Festas Juninas Trazem o Perigo do Fogo" (Seção "Vida e Cidadania" do site do "Gazeta do Povo". Artigo: Ana Carolina Bendlim).    
 

//NUVENS//
//Nuvem(1) (Abertura da Festa)// Balão de Ar Quente #11 (Foto: AElfwine).
//Nuvem(2) (Quentão)// Balão de Ar Quente #2 (Foto: B. Rasulev).
//Nuvem(3) (Pindorama)// Balão de Ar Quente #9 (Foto: Chris Goldberg).
//Nuvem(4) (Catavento)// Balão de Ar Quente #12  (Foto: Doug Strickland).
//Nuvem(5) (Som do Vento)// Capa do LP "Planador" (1981) de Papete (Site: Toque Musical).
//Nuvem(6) (Pé-de-Moleque)// Balão de Ar Quente #13 (Foto: Peter Macdiarmid).             

Num Passe de Mágica

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Sempre surgem ótimos exemplos de como reaproveitar materiais usados/obsoletos que teriam o destino da lixeira se não fossem resgatados por criativas soluções que  propõem novos e práticos usos. O sentimento final de quem recria tais objetos, com novas formas, é de ataraxia, ou seja, de serenidade, ao perceber que está contribuindo para a não poluição da natureza através de uma ideia inovadora (que poderia muito bem ser chamada de toque de midas da reciclagem).














No exemplo acima, galhos secos (aparentemente sem serventia) se transformam em um robusto urso (que para um olhar mais desavisado parece até real em uma perfeita ilusão de ótica).






Um eqüino feito de galhos e troncos entrelaçados que mais parece um cavalo de corrida, devido a sua forma fluida (ou druídica?).






Tampinhas de garrafas de refrigerantes ao invés de serem jogadas ao mar, ocasionando a morte de inúmeras tartarugas e outros bichos, são reunidas para formar um mosaico vivo e multicolorido, enfeitando a cidade e promovendo conscientização lúdica frente à preservação dos golfinhos e das tartarugas marinhas.


   

Essas divisórias elegantes e vibrantes não parecem ser feitas de garrafas vazias de cerveja. Elas se integram perfeitamente ao ambiente sóbrio do espaço, passando uma sensação de serenidade.






No caso acima, a imaginação foi longe (para Xanadu?) e resolveu criar um teto orgânico, luminoso e  em forma de escultura, se valendo de garrafas recicladas. Economizou material novo ao preferir outro fadado ao descarte.








O gênio da lâmpada em ação? Aqui o sujeito nem precisou daquele gênio que vive no interior dela, e  num  toque criativo  materializou o seu desejo: lâmpadas queimadas que em um "passe de mágica" tornam-se lamparinas sofisticadas.






A cartola do criador dessas informais esculturas uniu o útil ao agradável: através da sabedoria de seu mago transformou rolos de papel higiênico no bicho (não o coelho) que representa o símbolo da sapiência (aqui em uma versão bem despojada).





Essa luminária com belo design é feita com material de ponta?  Com certeza, a peça tem um belo e hipnótico visual, mas não é feita com material novo e sim reciclado, no caso, galão de água (no lixão vira um mostrengo) e colheres descartáveis. Parece até iluminação de interior de nave espacial.







Shazam!: o começo, o meio e o fim do "número", que como resultado final agrega anéis de latas de refrigerantes em um novo "planeta" de energia limpa:





No caso, uma luminária global e escultural, cujos anéis não são de Saturno. Coisa de mágica.







O barco em questão é ágil, aerodinâmico, resistente, bem leve e "novinho em folha" (isto é: feito inteiramente de garrafas pet). Ele é quase como um tapete voador.





Uma parede de alta tecnologia, transparente e com design moderno (conferindo mais leveza ao ambiente). Ilusão? Não, é só se aproximar da parede e observar que ela é construída por "tijolos" de garrafa pet.





Garrafas pet também podem virar objetos úteis, sofisticados e que alegram o ambiente. Assim, o jornal nunca será perdido dentro de casa (graças à moderna prateleira), e o candelabro estará sempre à vista (tornando-se também um objeto de ornamento). Uma celebração alquímica?







Com ações criativas de reciclagem que  criam novas formas e  utilidade para materiais até então obsoletos, a natureza é preservada; e o que  era aparentemente sem serventia torna-se um bem útil e apreciado (o que parecia lixo começa a brilhar).





O disco "Ataraxia" lançado em 1977 pelo "Passport" é um dos melhores da discografia do conjunto germânico, por criar  coloridos e inventivos arranjos musicais, bem como memoráveis temas melódicos, que remetem ao jazz e ao rock progressivo. Outro ponto que não passa despercebido no álbum é a impressiva capa feita pelo desenhista Bengt Böckmann, cuja obra destaca a relação do homem com a natureza.
Uma das mágicas hipnóticas desse disco é a brihante:









//DA CARTOLA//
//Cartola Preta// Wikipédia

//Outras Miragens// Quase todas as imagens foram cedidas por Dariane da Assessoria Cultural do Cineclube Cultural Jorge Comassetto (Centro Regional de Cultura Rio Pardo - RS), com exceção das seguintes:
//Novos Bichos da Cartola//
/Mágica Jazzística (1)/ Capa do LP  "Ataraxia" (1977)  da excelente  banda  alemã de jazz rock "Passport" (Site - Discogs).
/Mágica HQ (2)/ Mandrake em um Passe de Ilusionismo. O mágico telepata se valia  de  uma  potente técnica  visual e  gestual  de  hipnose  para  dominar  seus inimigos, cujas armas se transformavam imediatamente em rosas ou pombas.
/Mágica Fusion (17)/ Contracapa do disco "Ataraxia" (Site - Discogs).
/Voilà Mágica (18)/ Capa do gibi em francês do Mandrake. O ilusionista criado por Lee Falk (que também concebeu o personagem Fantasma e o seus inseparáveis amigos: o lobo Capeto, o cavalo Herói e o falcão Fraka) habitava o reino montanhoso e fantástico de Xanadu.           

É o Bicho!

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Sean Avery é um escultor e ilustrador de livros para crianças. Mora em Perth - cidade litorânea e capital do estado da Austrália Ocidental (muitas das esculturas de Avery estão expostas nesta sua cidade natal). O trabalho do artista consiste em transformar materiais descartados em belas esculturas de bichos (como a do "Morcego" acima).







"Rhino" (acima) é a escultura de um rinoceronte feita de peças descartadas de computador.










Fragmentos de cds obsoletos são utilizados na armação entrelaçada da peça "Falcão Peregrino". 









O artista só faz esculturas de animais. Suas peças ganham uma feição estilizada, longe de um retrato mais realístico. Como exemplo de recriação, a figura acima - "Urso" - representa um filhote de urso polar ou de qualquer outra espécie, segundo Avery.








"Beija-Flor" é outra escultura do artista que possui excertos de cds em sua constituição. O tom azulado da peça passa sensação de leveza.










"Aranha Gigante" se aliou à parede e virou uma escultura cheia de vivacidade.









Sean Avery tem por objetivo não executar uma mera cópia de um animal, para isso, procura criar figuras que sejam a conotação do sentimento da criatura (sua alma). Um exemplo claro desta tradução: "Coala" - peça feita com estrutura de eucalipto, fragmentos de cds, armação de arame e tinta prateada.








"20.000" peças  descartadas de  computador para  a criação de  um  ser  tentacular de léguas submarinas - "Lula".



  



Esta foi uma das primeiras esculturas feitas pelo artista - "Gato". Avery vendeu a peça e depois ficou com pena de ter se desfeito dela.









Para compensar a "perda" da escultura "Gato", Avery criou outra: "Lontra".









"Coruja" segue o mesmo estilo de "escultura-espinhuda" das duas anteriores -  "Lontra" e "Gato".








Papéis que seriam descartados deram vida a uma singular "Gaivota Azul" (espécie de escultura-origami). 






//FALA, BICHO!//
/Site de Sean Avery/
/Via - Coletivo Verde/