Tom Esmeralda

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Um som que traz em seu arco musical uma série de ricas influências: blues, hard rock e até traços da vertente  progressiva (graças ao  emprego de guitarra sintetizada que cria uma densa atmosfera sonora).








"Emerald Eyes" é um belo tema instrumental que faz parte do único disco solo lançado pelo guitarrista Jimmy Page - Outrider (1988), que contém nove diversificadas faixas.
O trabalho traz outros dois memoráveis temas instrumentais - que flertam também com  hard rock e blues ("Writes of Winter" e "Liquid Mercury"). As demais músicas  destilam fortes  dosagens blueseiras combinadas com um encorpado hard rock zeppeliano. Convém destacar a presença de vários músicos convidados na gravação da obra: Jonn Miles (vocalista, que já tocou no The Alan Parsons Project), Barrymore Barlow (baterista, ex-Jethro Tull, e que toca em "Emerald Eyes"), Jason Bonham (filho de John Bonham), entre outros.







A faixa "Emerald Eyes" é uma intensa balada instrumental, com a guitarra sendo a coadjuvante de uma inspirada e envolvente trama musical [os belos temas sonoros construídos por guitarra sintetizada/elétrica e violão  são amplificados por um bem conduzido acompanhamento sonoro (baixo e guitarra)]. Tal como um blues, esta  música dinâmica  parece  ser um  grande desabafo (o encadeamento instrumental vai num crescendo até atingir um inspirado clímax sonoro).






   


Sem dúvida, "Emerald Eyes" é reflexo de um disco inspirado de Jimmy Page (que traz sólidas e criativas faixas rockeiras). "Outrider" foi uma espécie de entressafra entre dois projetos em que o músico esteve envolvido - "The Firm" (banda de hard rock que  tinha como vocalista Paul Rodgers, e lançou dois álbuns), e posteriomente a parceria com David Coverdale (lançando um disco  fortemente influenciado pelo  blues -  "Coverdale-Page"). Talvez "Emerald Eyes" seja o símbolo de modernização do blues e do hard rock proposto e alacançado pelo disco (um instrumental que passa com louvor pelo teste do tempo). 









O período de criação e produção do álbum "Outrider" foi conturbado: era para ser um disco duplo, mas devido ao fato de a casa do guitarrista ter sido assaltada e parte das gravações roubadas, Page ficou chateado e resolveu lançar somente um disco. No entanto, o ânimo do músico voltou com a turnê de lançamento do disco, pois segundo o guitarrista, valeu a pena tocar algumas músicas do disco (incluindo "Emerald Eyes"), juntamente com clássicos de época da banda Yardbirds.
Nas palavras do músico, o seu disco solo é simples (não tendo em nada da superprodução de álbuns da época). Mas não se pode afirmar que a qualidade musical da  obra  tenha  sido  prejudicada  por  uma produção mais crua e direta. Um dos ápices de "Outrider", "Emerald Eyes" é uma música perfeita para tocar na cerimônia de abertura dos "Jogos Olímpicos de Londres (2012)", em um momento que poderia representar uma grande sinergia entre rock e esporte (afinal, há vários traços em comum entre os dois campos: dinamismo, emoção, elegância, envolvimento etc.). Vale lembrar que Jimmy Page tocou a faixa "Wholle Lotta Love" do Led Zeppelin na cerimônia de encerramento dos "Jogos Olímpicos de Pequim". O intuito da execução do clássico foi  promover a olimpíada seguinte, com sede em Londres.    















//TONS//

/1/ O Passo "S" da letra Theta.

/2/ Encarte interno do disco "Outrider" (Free Covers).

/3/ Capa do disco "Outrider" (Discogs).

/4/ Encarte do LP "Outrider".

/5/ Contracapa do LP "Outrider".

/6/ Olho de Bicho (Wallpaperhere).

/Wikipédia/

/All CD Covers/

/Whiplash/

Cão dos Infernos

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Djam Karet - termo da Indonésia que significa tempo elástico - é o nome de uma banda norte-americana. Na estrada desde os anos 1980, o conjunto faz um som eclético bem interessante ao misturar progressivo sinfônico, com jazz e música experimental.





"Run Cerberus Run" é o nome da "criatura-musical" de seu terceiro álbum de estúdio - "Reflections from the Firepool" (1989). Sem dúvida, uma faixa bem dinâmica, com inspiradas mudanças no andamento instrumental. A música é dividida em três partes, com cada uma trazendo belas peculiaridades melódicas e temáticas (a primeira parte  se configura  como uma rápida "corrida" marcada pela  trinca teclado marcante / baixo pulsante / guitarra melódica (a saída de Hades*). A segunda é conduzida por  uma guitarra "chorada" (chegada em Micenas**) e na última se sobressai um som  mais "nervoso"  de guitarra dentro de uma massa sonora densa (o retorno ao Subterrâneo***). 










"Run Cerberus Run" faz jus à mitologia grega do cão de três cabeças, que era o guardião do Reino Subterrâneo de Hades (governado pelo Deus da morte de mesmo nome). Pois a música é marcada por uma forte carga de tensão e dramaticidade ao dar vida ao sinistro cão-vigilante do Portal de Diamantes. Tal portal conduzia ao Reino mais temido pelos mortais gregos (o próprio Hades que abrigava os mortos e a sua parte mais recôndita - conhecida como prisão dos inimigos do Olimpo - O Tártaro). A alma dos mortos tinha acesso livre ao Reino de Hades. Já os mortais podiam entrar, mas nunca sair (tanto que Cerberus brincava com os que se aventuravam a adentrar no Reino. Contudo, na hora em que resolviam ir embora do lugar, o cão, possuidor de uma grande cauda de dragão e dentes afiados, se transformava em uma fera, impedindo a saída dos aventureiros.








Raros mortais conseguiram atravessar o Portal do Tártaro e assim sobrepujar a fera. Um deles foi Hércules, que encarou o último e mais difícil de seus doze trabalhos: para desafiar o herói, Euristeu - o rei de Micenas - lançou-lhe uma tarefa que julgava impossível: trazer das profundezas escuras e  cortadas por rios o temido Cerberus.  









Hércules resolve empreender a tortuosa jornada e se lança a caminho do Reino das Trevas, passando por canais, áreas pantanosas e túneis. Em um momento de terror se depara com a sombra da Medusa. Depois de uma odisseia lúgubre, finalmente se encontra com o todo-poderoso do Reino Inferior - o Deus Hades. Explica para  Hades o grande desafio que deveria cumprir. Paciente e objetivo, o Dono do Mundo Submerso afirma que Hércules poderia levar Cerberus para o Rei de Micenas observá-lo, sendo que para isso teria que dominar o animal (sem o uso de armas) e  se comprometer a devolvê-lo  rapidamente  e sem nenhum ferimento. Com o acordo selado, o herói luta com o cão tricéfalo e consegue dominá-lo. Para retornar à luz, Hércules percorre longos  caminhos íngremes e  domina  a fúria do cão, que  é  atado pela força do semideus  em suas costas. Para complicar ainda mais a  façanha, Cerberus tenta mordê-lo diversas vezes com suas enormes mandíbulas.













Com o forte desejo de cumprir o seu último trabalho  hercúleo, o semideus consegue alcançar o palácio do Rei Euristeu.
Ao ver  a presença assustadora da  fera em fúria, Euristeu é acometido por uma síncope nervosa e ordena que Hércules retorne imediatamente com o ser bestial para o Reino Infernal. Antes de fugir para se esconder, a medrosa  majestade afirma que como Hércules havia  concluído todos os seus trabalhos poderia ser considerado então como um homem livre  e quite com as obrigações do Oráculo de Delfos (que lhe incumbira os Doze Trabalhos como penitência). 







Como prometido ao Deus Hades, Hércules retorna ao  Reino da Escuridão  e liberta o intacto Cerberus junto ao  Portal de Diamante -  a  passagem de entrada para o reino de um soberano que se preocupou com a integridade de um ser vivo. Um ótimo exemplo de respeito à natureza de uma inesquecível e atemporal mitologia grega.







  
/A Aventurosa "Run Cerberus Run" (Versão Estúdio)/













//REINOS//

/1/ Imagem de Abertura: Os Três Cães Ferozes - Símbolo ameaçador da guerra e também dos criminosos responsáveis por ela. Faz parte do "Painel Guerra" de Portanari, que está alojado na Sede da ONU. A imagem de projeção (da exposição "Guerra e Paz" no Memorial da América Latina) mostra o desenho do Painel e também  esboços de estudo para a criação da imagem. Será que o  grande Portinari se inspirou nas três cabeças de Cerberus?

/2/Detalhe da escultura "O Rapto de Perséfone" de Bernini - que mostra o Cão Cerberus. Na mitologia grega,  Perséfone - filha de Zeus e de Deméter (Deusa da Agricultura) - foi capturada por Hades (que era apaixonado por ela) e levada para o Reino das Trevas.

/3/
A criatura Cerberus desenhada pelo artista britânico William Blake (1827 - Londres).

/4/Capa desenhada do disco do Djam Karet - "Reflections from the Firepool".

/5/Detalhe do Painel da Onu (que representa a guerra) com as criaturas do inferno.

/6/Outra capa para o disco "Reflections from the Firepool".

/7/Hades e Cerberus (Wikipédia).

/8/Hércules e Cerberus.

/9/Cerberus Guardando a Entrada do Instituto Royal de Tecnologia em Estocolmo (Wikipédia).

/10/"ACaptura de Hércules" - Gravura em cobre da Série "Os Trabalhos de Hércules" (1545) de  Hans Sebald Beham (1500-1550) (Museu Herzog Anton).

/11/"O Inferno de Dante" de Gustave Doré (1832-1883).

/12/"Cerberus - A Divina Comédia" (1964) de Salvador Dali.


/Outros Reinos/

/Wikipédia/
/Prog Archives/
/Blog Recanto das Letras de Fernando Dannemann/
/* ** ***/ São apenas suposições minhas.
     

Imensidão Azul

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O Elektro-L (foto acima) é um satélite metereológico da Agência Federal Espacial Russa (Roscosmos). A primeira nave criada em território russo após o colapso da União Soviética.
O satélite opera na órbita terrestre (a 36.000 km acima da Linha do Equador), fornecendo informações sobre as condições metereológicas, mudanças climáticas, desastres e atividades danosas ao meio ambiente.
No mês de maio de 2011, o satélite tirou uma foto da Terra, que é considerada a maior imagem já feita do Planeta Azul.




A definição da imagem é de alta resolução: 121 megapixels (cada pixel representa 1 km de distância real) e mostra com nitidez os oceanos, continentes e nuvens (com exceção das luzes das grandes metrópoles que não apresentaram luminosidade suficiente para aparecerem na foto).
Do espaço, a Terra até que parece estar em perfeita harmonia, aparentando abrigar um ecossistema bem regulado e as suas belezas naturais intactas. É muito importante a divulgação da força impactante desta recente imagem espacial para que se revigore a consciência de que o único futuro possível para a humanidade é pela via da autossustentabilidade e da conservação da biodiversidade terrestre.




Acima, uma outra imagem registrada pelo Electro-L mostrando o continente africano.
Há também um vídeo de imagens do satélite que apresenta do espaço o globo terrestre no processo cinematográfico de time-lapse. As cenas são espetaculares.

/Terra Vista do Espaço (Videoclip)/





Aqui temos a foto do satélite com o detalhe do continente asiático.

/Dê um Zoom na Maior Imagem da Terra/





Finalizando, vale a pena viajar em um passeio musical pelo Planeta, que é um alerta para a preservação da Terra: "Once a Blue Planet", uma bela peça acústica e instrumental do músico Jean-Luc Ponty.
Ela encerra o excelente álbum de jazz-fusion (com toques progressivos) "Civilized Evil" (1980). No ano passado, Ponty esteve no Brasil para comemorar a fase áurea de sua carreira na turnê "The Atlantic Years" (que corresponde aos inovadores discos lançados durante a década de 1970 e início da de 1980 pelo selo "Atlantic Records").

/Once a Blue Planet - Versão de Estúdio (Videoclip com Imagens Espaciais da Terra)/





/Once a Blue Planet - Ao Vivo em Porto Alegre (22/11/2011)/








//ESPAÇOS//
/Imagem de Abertura(1)/ Concepção artística do Satélite Elektro-L.
/Imagem(2)/ A Maior Foto da Terra já Registrada Tirada pelo Elektro-L [Fonte: Agência Espacial da Rússia (Roscosmos)].
/Imagem(3)/ Detalhe do Continente Africano clicado pelo Satélite (Site: Planet Earth CA).
/Imagem(4)/ Detalhe do Continente Asiático em foto do Elektro-L (Site: Planet Earth CA).
/Imagem(5)/ Espiral - Foto do Satélite Russo (Site: Planet Earth CA).
/Imagem(6)/ Capa do Disco "Civilized Evil" de Jean-Luc Ponty (Site: MusicStack).
/Imagem(7)/ Tempestade na África - Foto do Elektro-L (Site: Planet Earth CA).
//OUTROS ESPAÇOS//
/Fonte da Matéria/ "Agência Espacial Russa divulga 'Megafoto' da Terra [Site do Estadão/Ciências (11/05/2011)].
/Via/ Blog do GJOL (Jornalismo & Internet).
/Site Planet Earth CA/.
/Wikipédia/.

Planeta Água

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Quase dois terços do Planeta são preenchidos por água. 97,6% desse total é formado por água salgada dos oceanos (não apropriada para consumo) e os  2,4% restantes são de água doce e  estão abrigados  nos polos terrestres, geleiras, fontes subterrâneas (como aquíferos), lagos, rios etc. Desta parcela restante de água doce, apenas 0,02% está  pronta para o consumo (sendo proveniente de lagos, rios e outras reservas naturais). Há a previsão de que no futuro a água se tornar um  bem  cada vez mais valioso e raro (devido a sua escassez para consumo, com  a  crescente poluição dos reservatórios que abrigam água doce).



          



A degradação do meio ambiente pode desembocar em uma grave crise global de água e consequentemente  levar  à exploração e dominação dos estoques de águas potáveis mundiais por grandes conglomerados corporativos. Exemplos não faltam: como a mal-sucedida tentativa de privatização da água  de uma empresa estrangeira em uma cidade boliviana (esta corporação tentou privatizar até a água da chuva e gerou revolta popular).
O novo Código Florestal (aprovado do jeito que está) ameaça gravemente a soberania brasileira, pois o agronegócio associado a megacorporações que detêm o controle de sementes transgênicas e  a comercialização de agrotóxicos são uma grave ameaça à saúde e  ao desenvolvimento de uma agricultura limpa e orgânica do pequeno produtor agrícola, além de ser uma desgraça para a biodiversidade. As grandes monoculturas movidas a sementes transgênicas e agrotóxicos expulsam os produtores locais de suas terras (quando não expulsos são empestados pelos venenos agrícolas  e aprisionados  em um  sistema escravocrata de produção) e contaminam os rios, lagos, solos, bichos, plantas e os seres humanos.   







O líder indígena Megaron Txucarramãe - cacique Caiapó - afirmou em palestra na cidade de São Paulo contra a construção da Usina de Belo Monte (em agosto de 2011) que os índios evitam beber a água do Rio Xingu, pois ela está contaminada por agrotóxicos e metais pesados. Um dado alarmente que mostra o quanto gigantescas corporações estão dominando sorrateiramente o processo insustentável e desmatador de produção alimentar com o apoio incondicional do lobby do agronegócio. Megaron foi exonerado no final do ano passado do cargo de Coordenador Regional da Funai, por se opor à construção de Belo Monte. Dessa forma, o Brasil vai perdendo lideranças vitais que apoiam a conservação da biodiversidade para um modelo devastador de desenvolvimentismo que não quer enxergar  os  patrimônios naturais como um meio de desenvolvimento perene, harmônico e autossustentável. Megaron Txucarramãe  foi o primeiro índio a chefiar o Parque Nacional do Xingu (sendo treinado pelos irmãos Villas Boas para ser uma liderança indígena). Um outro símbolo marcante da Amazônia também está quase "destituído": o Boto Cor de Rosa.    




       


Esta espécie de Boto (em sério risco de extinção) está sendo massacrada nos rios amazônicos. Pescadores e matadores de aluguel (contratados por grandes empresas) estão arpoando e machadando estes cetáceos de águas fluviais barrentas da Amazônia. A inteligência do cetáceo (que tem a consciência de sua existência) permite que faça malabarismos com sementes (em forma de bola) que são colocadas em sua mandíbula (única e exclusivamente para brincar). Como os Botos são alegres, mansos e solidários acabam  sendo  atraídos (com assovios e barulhos na água) por criminosos (que  esperam em cima de barcos) para  cruelmente alvejar os golfinhos de água doce e terminar o "serviço" sujo e sanguinário na base do porrete e da lâmina. Tal extermínio sustenta o lucrativo comércio de um peixe saboroso conhecido como Piracatinga [cujos pedaços de Botos assassinados são utilizados como isca para capturar o peixe (cada boto morto pode render até uma tonelada de Piracatinga)]. Infelizmente, é um costume familiar servir  tal peixe  em  lares da Amazônia, como também é usual comprar pedaços de Boto como amuleto. Mas o que mais acentua todo esse aniquilamento  é  o fato de os  matadores de aluguel de Botos serem financiados por empresas que exportam a carne de Piracatinga para o exterior. Além de ser vendido fora do país, o peixe é  também comercializado nos mercados da região Amazônica (os locais chamam o  bagre   de Douradinha). Portanto, evitar o consumo da Piracatinga/Douradinha é colaborar para que o Boto Amazônico não desapareça da Terra. 

/Veja a chocante e excelente reportagem sobre este show de horror no blog "Militância Viva!"/









Com  a reforma do Código Florestal aprovada pela Câmara dos Deputados, os Botos Vermelhos e milhares de outras espécies ficam ainda mais ameaçadas. Esta  proposta de novo Código é um  menosprezo ao meio ambiente, incentivando a ampliação do desmate e extermínio da  fauna e flora (no famoso estilo vale-tudo da Lei de Gérson). No  tocante  às  margens de  rios, o novo  Código levanta a proteção que existia no Código Florestal anterior: pela sua redação, nas áreas em que há produção agropecuária deve ser recuperada uma faixa de apenas 15 metros dos rios pequenos (não há definição para os rios maiores). No Código atual não pode haver qualquer atividade comercial em uma faixa de 30 a 500 metros de largura de margem de rio. Com esse afrouxamento  na  proteção  aprovado pela Câmara, fica escancarada a possibilidade de poluição, envenenamento e destruição crescentes dos solos das margens e das águas  dos  rios (comprometendo gravemente a vida de incontáveis seres vivos).






Há uma petição do grupo Avaaz para pressionar a presidente Dilma para que vete inteiramente o novo Código Florestal. O abaixo-assinado já tem 1,2 milhões de assinaturas e quando chegar a 2 milhões será entregue diretamente para a presidente com o apoio dos Ex-ministros do Meio Ambiente.

  
/Dilma, chegou a Hora! (Assine a Petição para Proteger a Vida no Brasil)/










O músico Guilherme Arantes tocou um épico progressivo na Virada Cultural, no sábado, no Largo do Arouche: "Planeta Água". Durante a execução da canção pediu para que Dilma vetasse o novo Código Florestal afirmando que este é uma vergonha para o país. Muito bacana um compositor do talento de Arantes dedicar um dos seus maiores sucessos a uma causa de vital importância para o Brasil. Sem dúvida, "Planeta Terra" é aquele tipo de música que se ouve por décadas e nunca se enjoa dela - devido ao  rico e  denso arranjo instrumental como também pela emocionante letra de homenagem à natureza. No show da virada, o cantor foi acompanhado por  uma banda  completa,  o  que acentuou  ainda mais o teor enérgico do clássico     


/Planeta Água (Ao Vivo na Virada Cultural)/








Uma outra versão bem inspirada da faixa é a presente no dvd "Guilherme Arantes - Ao Vivo - Teatro Mars (SP) (2001)". O conjunto que acompanha Arantes confere uma veia mais rockeira e pulsante para "Planeta Terra", com vários dos músicos originários da  banda Rádio Táxi [o saudoso Wander Taffo (guitarra), Lee Marcucci (baixo) e Gel Fernandes (bateria)].

/Planeta Água (Ao Vivo no Teatro Mars)/












A canção "Planeta Água"  que apresenta fortes influências da fase progressiva de Guilherme Arantes (da época da banda "Moto Perpétuo" e do início de carreira) está presente no Lado  A  do  Compacto "Planeta Água - MPB Shell (1981)". O MPB Shell foi um festival que ocorreu no Maracanãzinho, e a música de ode à natureza ficou em segundo lugar (o que ocasionou descontentamento por parte do  público que desejava a canção como campeã). "Purpurina" interpretada por Lucinha Lins ficou em primeiro lugar. Mas o fato é que a música de Guilherme Arantes está mais atual do que nunca, podendo se tornar um dos vetores para uma transformação sustentável e de respeito à natureza. Verde Vertente.





   



PLANETA ÁGUA (Guilherme Arantes)

Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre o profundo grotão
Água que faz inocente riacho e deságua
Na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias

E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos
Água dos igarapés onde Iara mãe d'água
É misteriosa canção

Água que o sol evapora
pro céu vai embora

Virar nuvens de algodão

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes são lágrimas na inundação

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra

Terra planeta água... terra planeta água
Terra planeta água.











//PLANETAS//
/Imagem de Abertura(1)/ "Olha o Boto!" (Formação de nuvem, que se assemelha aos golfinhos dos rios, refletida em um espelho de água) (Foto: Antonio Resende).
/Imagem(2)/ "O Salto do Boto Cor de Rosa".
/Imagem(3)/ "Boto Cor de Rosa Paralelo à Água".
/Imagem(4)/ "A Confraternização do Boto" (Site: Mochileiros).
/Imagem(5)/ "Boto Cor de Rosa Descansando" (Foto: Augusto Motta).
/Imagem(6)/ "O SOS da Floresta" (Blog: Militância Viva!).
/Imagem(7)/ "Rio  de Sangue" (No Japão há uma baía específica para exterminar os Gofinhos. No Brasil o lugar dos assassinatos de nossos Botos é nos rios da Amazônia) (Site: Militância Viva!).
/Imagem(8)/ "O Boto Brincalhão" (Foto: Anselmo Fonseca).
/Imagem(9)/ "Botos na Água" (Site: Chapada Explorer).
/Imagem(10)/ "Vamos Brincar?" (Foto: Altamira Vilhena).
/Imagem(11)/ Capa da Coletânea "Amanhã" (1983) que contém a  faixa "Planeta Água" [/Planeta Guilherme Arantes (Site Completo sobre a Obra do Artista)/]
/Imagem(12)/ "Folha com Gotas".
/Imagem(13)/ Capa do DVD "Guilherme Arantes - Ao Vivo (2001)".
/Imagem(14)/ Capa do Compacto "Planeta Água" (1981) (Site: Planeta Guilherme Arantes).
/Imagem(15)/ "Água Refrescante".
/Imagem(16)/ "Terra Vista do Espaço".
/Imagem(17) "Terra Lá de Cima" (Foto: Nasa).
//OUTROS PLANETAS//     
"Massacre na Amazônia: A Matança dos Botos Continua" (Site: Militância Viva!).
"Conhecer o Homem Branco para se Defender" - Reportagem de Felipe Milanez (25/03/2012) (Site: Carta Capital).  
"A Água na Terra está se Esgotando? É Verdade que no Futuro Próximo Teremos uma Guerra pela Água?" - Artigo de Pedro Jacobi (Site: Geólogo.com.br).
"Por Dentro do Código Florestal" - Caderno Poder [Folha de S.Paulo (27/04/2011)].
"Guilherme Arantes na Virada Cultural" (Site: UOL). 

O Canto

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"A presidente Dilma terá que decidir qual modelo de desenvolvimento quer para o país. Não dá para ter na mesma base de apoio o sonido da motoserra e o canto do Uirapuru. Agora, resta a ela usar seu poder de veto ou compactuar com o que está posto. Chegou a hora da verdade. Veta, Dilma. Veta tudo, não pela metade" (*1). Essas são as palavras de Marina Silva (Ex Ministra do Meio Ambiente) contra a proposta do novo Código Florestal aprovada pelo Senado.







Como Marina afirma, o grande problema deste novo Código é não levar em consideração a preservação ambiental que acaba se tornando vítima de um desenvolvimento econômico insustentável e sem visão de futuro [pois na medida em que ecossistemas são crescentemente desmatados a tendência é que no futuro  se  tenha  o comprometimento da produção alimentar (com o surgimento de vastas áreas desérticas e a desregulação climática)]. 












Do jeito que está formulado, o novo Código pende fortemente para os objetivos perniciosos da bancada parlamentar ruralista que promove o desmanche da biodiversidade brasileira [anistia aos desmatadores, redução significativa da Área de Proteção Permanente (APP), desproteção dos manguezais, devastação de áreas com espécies ameaçadas etc.).
A única solução para acabar com esses pontos criminosos, que poderão se tornar lei, é vetar por inteiro essas grandes ameaças ao futuro sustentável do país. Como Marina diz: "Discutir o veto parcial é como avaliar se desejamos colapsar os nossos ecossistemas (e, com isso, inviabilizar nossa agricultura) em 10 ou 20 anos". Afinal, é como aquela história de um filme de guerra em que a mãe tem que decidir qual filho deve ser salvo e qual deve morrer. No caso do Código Florestal, os seres vivos que compõem a nossa biodiversidade podem ser salvos (se não forem reduzidos a moedas para barganhas ridículas  e  facínoras com a bancada que quer desmatar). É  fundamental  acabar  com  as  "piadas" de mau gosto do tipo: salvar os mangues ou  avançar o desmate nas  Áreas de Proteção Permanente; varrer do mapa o Uirapuru ou o Lobo Guará (ambos ameaçados de extinção)?






        

A recente Campanha "Liga das Florestas" do Greenpeace é pelo fim da destruição da fauna e flora brasileiras. Sendo assim, lançou um projeto de lei popular pelo desmatamento zero das matas do país para ser levado ao Congresso. 

/Assine a Petição/









/Ouça e Veja o Vídeo "Canto do Uirapuru"/












//CANTOS//
/Imagem de Abertura(1)/ Uirapuru-Laranja na Chapada dos Guimarães (Site: Luis Impa).
/Imagem(2)/ Uirapuru-Verdadeiro (Pássaro da Floresta Amazônica cujo canto longo e melodioso se assemelha ao som de flauta).
/Imagem(3)/ Uirapuru-Verdeiro de Perto (Fonte: Canal Petrobras).
/Imagem(4)/ Uirapuru-Verdadeiro (Site: Saúde Animal).
/Imagem(5)/ Lobo Guará (Foto: Moacir Silva).
/Imagem(6)/ Uirapuru-Verdadeiro (Site: Terra da Gente).
/Imagem(7)/Desenho do Uirapuru e do  Garrinha-Trovão (Fonte: Eletrobras). 
/Imagem(8)/ Uirapuru-Vermelho-Preto. 

//UMA MELODIA// "Uirapuru" é também um poema sinfônico composto por Villa Lobos, em 1917. Peça orquestral marcada pela assinatura ímpar e criativamente bela do compositor. Esta densa sinfonia retrata os  habitantes da selva brasileira, como, por exemplo, os índios e o pássaro Uirapuru (que na mitologia indígena é considerado o Deus do Amor).




                                    Capa do LP.
                       


  
/Uirapuru - Parte 1 (Villa Lobos)/
/Uirapuru - Parte 2 (Villa Lobos)/


//OUTROS CANTOS//
/Site - Museu Villa Lobos/
/Site - SOS Espécies/
/Wikipédia/
/(*1) "Veta Tudo, Dilma"/ Artigo na coluna de  Marina Silva na parte "Editoriais" [Folha de S. Paulo (27/04/2012)].   
/"Câmara Derrota Dilma e Aprova Fragilização de Regras Ambientais"/ Reportagem publicada no espaço "Poder" [Folha de S. Paulo (26/04/2012).