A Noite das Florestas - Parte 2

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/O ESCAPE PELAS LATERAIS (VISÃO DO PARAÍSO)/ 




       /O Escape/ Os bichos vislumbram (através dos quadros laterais) a possibilidade de um  futuro equilibrado,  com a natureza
              preservada e  guiada por um caminho  de autossustentabilidade. Uivos,  assobios, guinchos e trinados se transformam em
             uma única forte voz modulada que todos os animais (das Ilhas 1 e 2) entendem: "Vamos fugir para a realidade dos quadros!".
          









             /O Escape/ Uma realidade em que a natureza está preservada e o ser humano mudou o seu paradigma, passando a ter uma
             relação harmônica e de respeito com ela (distante do predador de outrora da fauna e da flora). Em que  o "canto da sereia" do 
             lucro acima de tudo não é mais o mote existencial do progresso.   

            "Mas como alcançar este cenário equilibrado?" - pensou o Lobo.  "O que deve ser feito para sair das Ilhas Arrasadas?" - matutou.










              /O Escape/ Com o Conselho dos Bichos formado, várias possibilidades de fuga são levantadas: teletransporte, viagem-astral,
              transmutação alquímica etc. O processo para adentrar a nova realidade só dará certo se passar  pelos motores da alma e da
              consciência.  O Lobo Vítreo chega a uma solução mobilizadora  possível de ser colocada em prática.
        












             /O Escape/ Por mais complexa que seja , é a única saída realmente efetiva e segura:  "Teletransporte com Conexão Mental e
             Harmônica com os Seres Humanos". Assim, as almas e os corpos dos bichos se preservam em uma transferência de uma realidade
            para a outra.  Além do mais, têm-se  a garantia de que neste "novo mundo" não serão mais ameaçados pelos homens, que, agora,
            apresentam  uma mentalidade modificada para uma visão de mutualismo, de respeito e de preservação da natureza.










                          /O Escape/ O ser humano possui uma relação umbilical com a natureza. Ao dizimá-la, está, por
                                                    tabela, se auto-infligindo também. "O retorno ao paraíso" é possível se o ser humano tiver uma
                                                    relação de autossustentabilidade  com a natureza remanescente (preservando de maneira racional
                                                    os recursos para que não se extinguam). O homem etnocêntrico-predatório - que está acima das  

                                                    outras espécies  e dita o "progresso", de cima de seu trator, em busca de altas cifras - deveria
                                                    estacionar em um museu de exemplos a não serem seguidos. O futuro é o da união sábia e
benéfica
                                                    com a natureza.   










            /O Escape/ O Lobo afirma: "Nós, bichos das Ilhas 1 e 2, estamos prontos para o " Teletransporte com Conexão Harmônica", pois
               não queremos desaparecer!" E continua:
              "Já fizemos  a volta ao infinito e o jardim cohabitável de maneira simbiótica entre as espécies é o nosso ponto final da jornada!".
        











         /O Escape pelas Laterais (Visão do Paraíso)/ A chegada. (Site: Rad-Ix). (Fim).












COORDENADAS
/Ouça a bela suíte "Garden of Eden" da banda germânica de rock progressivo "Albatros".
Esta faixa rica em variações temáticas pertence ao disco homônimo de 1978. Assista também ao vídeo com belas imagens da natureza/ http://www.youtube.com/watch?v=a3kuiGviIJg
/Imagem de abertura do post - retirada do site "Medusa"/

A Noite das Florestas - Parte 1

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        /Projeção - Habitat 2/




A instalação /Jardim, faço nele a volta ao infinito - Parte 02 - A Noite (A Sereia)/, do artista paulistano Albano Franco, integrou a 29ª Bienal (2010).
Esta obra desperta a atenção por envolver o espectador em uma dimensão impactante que evoca sonhos, magia, simbolismo, ludicidade que metaforizam a relação do homem com a natureza. 
Como se observa pela imagem de abertura /Projeção - Habitat 1/, os bichos e as árvores encontram-se em um espaço escuro e são projetados em uma parede que os decodifica em seres escuros atados em um ambiente árido e opressor. A imagem formada na parede carrega uma forte carga simbólica de alerta (afinal, o subtítulo /A Noite/ da instalação não é fortuito).





          /Projeção - Habitat 1/ As sombras dos seres refletidas na parede remetem a um ambiente opressor, desolado e condenado.





 A instalação é dividida em quatro partes.
As duas primeiras partes (as projeções de seres  no centro da sala) evocam as trevas, a distopia  e se complementam. As outras duas (quadros laterais que trazem imagens harmônicas da natureza) evocam a luz e o verde,  que simbolizam o equilíbrio e a preservação do meio ambiente e contrapõem-se à atmosfera lúgubre das projeções. 





/PROJEÇÕES/


            /Projeção - Habitat  1/  O aparelho ilumina a primeira das maquetes (troncos), que tem sua estrutura projetada na parede.
               (Fonte: UOL).        




/PROJEÇÃO - HABITAT 1/

A primeira maquete da /Projeção - Habitat 1/ é formada por vários troncos de formas inusuais e disformes. Causa uma sensação de desconforto por gerar um ruído na leitura de seu significado, pois não parecem meros troncos de árvores comuns. 





         /Projeção - Habitat 1/  Homens-árvores embrutecidos em uma relação nada simbiótica com a natureza. (Foto: Divulgação).




Com a aproximação em direção aos troncos e galhos, dissipa-se a dúvida em relação ao significado das formas, gerando  o  entendimento de que os homens-árvores-troncos-galhos estão açoitando e degradando a natureza. O que era para ser um mutualismo acaba por se transformar em um parasitismo visceral e patológico (de separação radical entre o homem e o meio ambiente).






         /Projeção - Habitat 1/  O aparelho iluminando a segunda maquete da Projeção. 







          /Projeção - Habitat 1/  Projetor, maquete e a imagem sombria resultante.




Na segunda maquete da /Projeção - Habitat 1/, tem-se uma mesa que apresenta em seu cume galhos e troncos que aparentam estar secos em um ambiente árido e com a presença de outros seres. 




        /Projeção - Habitat 1/  Um cenário em nada aprazível.








                                                 /Projeção - Habitat 1/ A maquete com os bichos vítreos-azulados e os troncos retorcidos.
                                                                           Ao fundo, as sombras negras disformes destes seres projetadas na parede. (Site: Novos
                                                                           Curadores).
                                                                  

    





Na segunda maquete da /Projeção - Habitat 1/, bichos estão ilhados em estruturas que remetem a arbustos estéreis. Repare na projeção ao fundo: os bichos e os arbustos  engendrados em uma  parede clara, que se transmutam em sombras negras e sombrias. Inclusive, um dos bichos parece estar enforcado. Seria este o triste destino da natureza?





                                                           /Projeção - Habitat 1/  A ave de vidro na maquete, que parece estar enforcada na projeção. 








                                            /Projeção - Habitat 1/ A luz refletida nos seres de vidro confere uma atmosfera
                                                                           espectral onírica ao conjunto. O vidro traz o simbolismo da fragilidade.







       /Projeção - Habitat 1/ A maquete com os seres azulados e as árvores secas e disformes. Um estado de suspensão limbática?








       /Projeção - Habitat 1/ A sobreposição projetada da Maquete 1 (Homens-árvores embrutecidos) com a Maquete 2 (Seres azulados e 
               vítreos) cria esta "pintura de luz" (um pesadelo), que talvez seja uma metáfora  para várias espécies animais correndo o risco
               de extinção.







           

          /Projeção - Habitat 2/ Um novo ambiente com novos seres e igualmente desolador e fantasmagórico como na Habitat 1.
               Ausência de verde, de espaço e de  liberdade para os bichos imersos nesta ilha apocalíptica.






/PROJEÇÃO - HABITAT 2/

Uma vez mais (tal como na Habitat 1) temos os bichos dominados, subjugados e massacrados pelo homem-tronco-rude, que tratora a natureza, sem se importar com as consequências deste ato maléfico e inconsequente, seguindo o mote: "O homem é o centro de tudo e dane-se o resto".




        /Projeção - Habitat 2/ Aqui é o cenário da danação completa. Bichos solitários e presos pelo homem em ilhotas degradadas.
                Talvez a saída desta calamidade esteja  nos quadros à direita (ao fundo).










         /Projeção - Habitat 2/ "É...Colegas, sem refresco por aqui!" - falou o lobo. Parece que agora os troncos são garras que aprisionam
              os desafortunados dos bichos, cujo único sol que possuem é a luz azul-fantasmagórica.









       /Projeção - Habitat 2/ E nestas ilhotas bem distantes do paraíso, os animais não tem como escapar, já que não há mares, florestas e
          rios para aonde ir. O lobo de vidro parece estar olhando para os quadros ao fundo e à direita (talvez o único escape).

    









         /Projeção - Habitat 2/ O lobo vítreo pensa: "Para fugir daqui, eu juro que viro o cão de estimação da Chapeuzinho Vermelho.
              
Deus queira que ela esteja em um dos quadros, ao fundo. Quero voltar para a floresta de árvores frondosas!"







              /Projeção - Habitat  2/ E o lobo de vidro vislumbrando um possível destino negro, reflete: "Se fosse possível o retorno ao paraíso
              e à natureza perfeita. Ou, nem assim, tão perfeito: bastaria  que o homem parasse  de  destruir a natureza imbuído de uma
              postura consciente  de respeito à vida. Este cenário aqui de árvore dos enforcados me apavora!".








/PROJEÇÕES - HABITATS 1 e 2/ 



              /Projeções - Habitats  1 e 2/ O lobo falou para os seus colegas: "Nossa Senhora, os nossos irmãos da Ilha 1 também estão em apuros.
               A projeção do futuro deles me parece muito sombria". O gorila suspirou: "Que saudades que eu tenho do King Kong".




/O ESCAPE PELAS LATERAIS -  VISÃO DO PARAÍSO (QUADROS DE INTEGRAÇÃO HARMÔNICA COM A NATUREZA)/ (Continua).


Casa-Folha

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//É uma casa engraçada e peculiar// Ela  divide o terreno com uma residência privada e principal. Estão  localizadas na costa norte australiana.  O nome da  construção é "Casa Folha". O projeto foi criado pelo escritório de arquitetura britânico "Undercurrent Architects".






                                     A Casa Folha encontra-se logo abaixo da residência principal.





//Tem um teto em forma de folhas, vigas (que são troncos) e vista espetacular para o mar// O design da casa busca a integração com a natureza, tanto que os materiais utilizados remetem a elementos naturais e a sua inserção no terreno busca uma simbiose com o espaço verde circundante.
O conceito de construção é assim definido pelo escritório "Undercurrent Architects": "O Projeto desenha as imagens da natureza e expressa isto através das estruturas, criando elos de ligação entre o interior e o exterior".
O teto é formado por conchas modulares que lembram folhas secas. Estas conchas são suportadas (com uma certa folga) por uma estrutura de vigas-gêmeas de aço (emulam troncos de árvores / raízes) que conferem uma vivacidade de formas sinuosas e vívidas ao interior da construção.












//Todo mundo pode entrar nela para relaxar: curtir a natureza e desestressar. Porque o seu chão neutro traz sensação de paz. Se quiser, vai bem um tapete. E não se esqueça de avistar o mar// No interior da casa, as vigas em forma de troncos conferem um atmosfera despojada e natural ao espaço (como se a pessoa estivesse no meio de uma floresta, admirando a paisagem).
O chão em forma de piso de rocha amplia ainda mais a sensação orgânica de espaço natural.











//Suas paredes transparentes circundam a sala-mar (feita para meditar)// Para propiciar a interação com a natureza ao redor, uma fina "cortina" de fibra de vidro delimita o espaço interno do externo. Isso permite que a residência esteja constantemente iluminada  nas laterais (com um sol menos intenso, devido às paredes ondulantes de vidro que suavizam os reflexos de luz) e protegida do sol forte (pela cobertura em forma de folhas marrons, que permite a entrada de luz somente pelos vãos entre os módulos). Além disso, a transparência dos vidros permite a visão da vegetação e do mar. 







                                    O telhado de painéis modulares em forma de folhas.









                
                        
//Um lugar perfeito para se estar e a natureza respeitar// Este projeto traz uma combinação de design ambiental com materiais de alta tecnologia, resultando em uma construção harmônica e integrada ao meio ambiente.  
   











//Uma casa feita com apuro e  criatividade na costa norte litorânea da terra dos cangurus//  Vale  destacar  um  interessante vídeo em tempo acelerado (time-lapse), que mostra as etapas de construção da "Casa Folha": http://www.youtube.com/watch?v=o7xQ3W8n-bc








       Os dormitórios se encontram na parte inferior da casa.









COORDENADAS
//Imagem de abertura do post// Roots 4 - Xavier Cortada.
//Site do escritório "Undercurrent Architects"// www.undercurrent-architects.com
//Ouça  uma versão do cd "Ao Vivo" (2007) da  canção-balada "Casa Encantada" (do disco homônimo) da banda "O Terço", que conta a interação harmônica de uma casa com a natureza//
http://www.youtube.com/watch?v=r9AOVXvD0X8
//Poema "A Casa" - Vinícius de Moraes - Bardotti - Sérgio Endrigo//

Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos Bobos
Número zero